As 28 maiores cidades dos Estados Unidos enfrentam um problema crescente: estão afundando.
Este fenômeno, que afeta áreas costeiras e interiores, compromete edifícios, pontes, estradas e outras infraestruturas, colocando em risco 34 milhões de pessoas.
Qual é a causa do afundamento?
A extração excessiva das águas subterrâneas é a principal razão deste problema. Quando a água é retirada mais rapidamente do que a natureza pode repor, os aquíferos entram em colapso e o solo perde estabilidade.
Um estudo por satélite que revela a magnitude do problema
Os pesquisadores têm utilizado radar satelital avançado para analisar o deslocamento do solo nas cidades mais populosas do país.
O estudo, publicado na Nature Cities, mostra que:
- O 20% da área urbana em cada cidade está afundando.
- Em 25 cidades, 65% do território está afetado.
- Mais de 29.000 edifícios estão em áreas de alto risco de danos estruturais.
Houston: a cidade mais afetada
O caso mais preocupante é Houston, onde:
- 40% da cidade afunda mais de 5 mm por ano.
- Algumas áreas perdem até 5 cm anuais.
- Áreas do Texas afundam 10 mm por ano.
Os efeitos deste fenômeno se tornam evidentes quando surgem rachaduras em edifícios, estradas deformadas e inclinação de postes de luz.
Cidades com afundamento diferencial
Algumas cidades têm taxas de subsidência variáveis, o que afeta o alinhamento das fundações das infraestruturas.
Casos críticos nos EUA:
- Nova York, Washington D.C. e Las Vegas: apresentam variações extremas no afundamento.
- San Antonio e Austin: em San Antonio, 1 em cada 45 edifícios está em alto risco, enquanto em Austin a proporção é de 1 em cada 71.
Outros fatores que contribuem para o afundamento das cidades
Embora a extração de água seja a causa principal, existem outros elementos que agravam a situação:
- A retirada de camadas de gelo há milhares de anos.
- O peso de edifícios em cidades como Miami e Manhattan.
- A construção intensiva em áreas urbanas.
As consequências e estratégias para mitigar o afundamento a longo prazo
- Maior risco de inundações em cidades com drenagem insuficiente.
- Impacto na infraestrutura de transporte.
- Perigo para a segurança dos residentes.
Os especialistas recomendam:
- Melhorar a gestão das águas subterrâneas para reduzir a extração.
- Implementar monitoramento satelital avançado para detectar áreas de risco.
- Modificar códigos de construção para se adaptar ao problema.
Um apelo à ação
O geofísico Manoochehr Shirzaei, coautor do estudo, afirma: “Com monitoramento inteligente e políticas adequadas, podemos retardar ou até interromper o afundamento e proteger nossas cidades para o futuro”.
Com um planejamento urbano eficiente, é possível mitigar os efeitos do afundamento antes que os danos se tornem irreversíveis.