Sargaço no Caribe: a invasão de algas que impacta o turismo, os ecossistemas e é um fenômeno recorrente

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Todos os anos, o **sargazo**, uma macroalga de cor marrom, invade as praias do Caribe, afetando destinos turísticos como **Cancún, Playa del Carmen, Cozumel e Tulum**, assim como as costas da **Flórida, Estados Unidos**.

Embora seja um **processo natural**, sua presença pode mudar drasticamente a experiência dos turistas, gerando problemas tanto **estéticos como ambientais**.

A batalha contra o sargazo em Playa del Carmen

A **Rede de Monitoramento do Sargazo de Quintana Roo** informou que o pessoal da **Zona Federal Marítimo Terrestre (Zofemat)** trabalha arduamente para mitigar seu impacto.

**Irving Lili Madrigal**, chefe da Zofemat em **Playa del Carmen**, explicou que atualmente estão atravessando a **fase mais crítica da temporada**, na qual as equipes coletam entre 150 e 200 toneladas de sargazo por dia, em jornadas que vão das 6:00 às 16:00 horas.

Por que o sargazo chega ao Caribe?

O **sargazo** flutua no **Atlântico** e é arrastado pelas correntes marinhas, chegando às costas caribenhas.

Em **2025**, sua temporada começou em **março**, intensificando-se em **abril**, justo antes das férias da **Semana Santa**.

Esse fenômeno traz consigo:

  • Mau cheiro, devido à decomposição das algas na costa.
  • Impacto na fauna marinha, alterando o equilíbrio do ecossistema.
  • Afetação ao turismo, reduzindo a afluência de visitantes.

Segundo o **Grupo de Estudo do Sargazo** da **UNAM**, sua presença costuma aumentar entre **maio e agosto**, atingindo seu **pico máximo** nestes meses.

Um problema crescente: recorde de sargazo em 2025

Segundo a **Rede de Monitoramento Ambiental e Mudanças Climáticas do Mar do Caribe**, liderada por **Esteban Amaro**, espera-se que a chegada de sargazo em **Quintana Roo** cresça 30% em relação a 2024, com cerca de 23 a 25 milhões de toneladas avançando em direção ao Caribe mexicano.

Além disso, o Laboratório de Oceanografia Óptica da Universidade do Sul da Flórida registrou um novo **recorde de sargazo no Atlântico** em abril, com 40% mais algas do que o máximo histórico de junho de 2022.

As praias mais afetadas em Quintana Roo

A **Rede de Monitoramento do Sargazo de Quintana Roo** identificou áreas com **concentração excessiva** de algas, incluindo:

  • Toda a costa leste de Cozumel (Punta Molas, Xhanan, El Castillo, Chen Río, San Martín e Punta Celarain).
  • Playa Arco Maya, perto da Reserva da Biosfera de Sian Ka’an.
  • Playa Punta Piedra e Xcacel-Xcacelito, perto de Tulum.
  • Playa El Recodo, em Playa del Carmen.
  • Cancún Playa Coral, perto do Aeroporto Internacional de Cancún.

Mudanças climáticas e o aumento do sargazo

Desde **2013**, a quantidade de sargazo tem aumentado, impulsionada por **fatores ambientais** como:

  • Temperaturas mais altas da água, acelerando o crescimento da alga.
  • Excesso de nutrientes, que favorecem sua reprodução.
  • Mudanças nas correntes oceânicas, como a **surada**, que redistribui as algas em direção ao Caribe.

Como lidar com essa crise?

Especialistas recomendam **planos integrados de gestão**, combinando:

  • Monitoramento e prevenção, para detectar seu avanço.
  • Retirada eficiente, evitando acúmulos nas praias.
  • Reutilização do sargazo, explorando usos industriais ou agrícolas.

O desafio continua sendo garantir que o turismo e os ecossistemas possam **coexistir com esse fenômeno**, protegendo o **Caribe mexicano** e suas praias icônicas.

Foto de capa: El País

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