O presidente francês, **Emmanuel Macron**, e seu homólogo chileno, **Gabriel Boric**, lançaram o **Chamado de Valparaíso**. A iniciativa busca fortalecer as relações bilaterais no que diz respeito à proteção dos **ecossistemas marinhos e costeiros**.
O objetivo, conforme ressaltaram, é “envolver todos os nossos parceiros na preparação do caminho que nos levará a Nice”. A referência à cidade do sudeste da França se deve ao fato de que em junho será realizada lá a terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (**UNOC**).
Foi assim que Macron explicou em um discurso em Valparaíso, o porto chileno localizado a 120 km de Santiago.
Chamado de Valparaíso: do que se trata
A iniciativa conjunta da França e do Chile tem como objetivo combater “a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada”, explicou o presidente francês a partir do quebra-gelo da Marinha chilena **Almirante Viel**, o primeiro deste tipo a ser construído completamente na América do Sul.
Também se tentará “tornar o oceano um **vetor de descarbonização** de nossas economias”, prosseguiu, referindo-se à “implementação de corredores verdes” entre os portos franceses e chilenos.
O Chamado de Valparaíso também permitirá “desenvolver um maior número de **zonas marinhas protegidas**”. Além disso, “concluir este ano um acordo internacional ambicioso e legalmente vinculativo para acabar com a **poluição por plásticos**”, acrescentou Macron.
“Vamos lutar juntos para convencer o maior número possível de países a ratificar o tratado sobre a biodiversidade em alto mar”, declarou o presidente francês.
Ao **Acordo de Alto Mar** (BBNJ, em inglês) foi adotado pelos Estados membros da ONU em **junho de 2023**, mas deve ser ratificado por pelo menos 60 países para entrar em vigor. Até o momento, cerca de 15 países o fizeram.
Chile foi um dos **primeiros a ratificá-lo** e a França acaba de fazê-lo.
O que implica a zona de alto mar
A zona de alto mar começa onde **terminam as zonas econômicas exclusivas** (ZEE) dos Estados e, portanto, não está sob a jurisdição de nenhum Estado. Por isso, por muito tempo tem sido ignorada na batalha ambiental.
Apenas 1% das águas internacionais, uma extensão gigantesca que representa cerca da metade do planeta e mais de 60% dos oceanos, estão protegidas.
Portanto, o acordo é considerado essencial para conservar pelo menos **30% da terra** e dos oceanos do mundo até 2030.
UNOC 2025
Depois de Nova York em 2017 e Lisboa em 2022, a terceira edição da UNOC tem como objetivo **proteger a biodiversidade** e enfrentar a subida do nível do mar.
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