Em meio de uma forte polêmica em torno do assunto, o Ministério das Relações Exteriores proibiu a entrada do navio britânico no Mar Argentino, que pretendia realizar pesquisas na área.
Trata-se de uma decisão que gerou debates internos e tensões internacionais. O navio científico RRS James Cook buscava obter permissão para navegar em águas nacionais com diferentes objetivos.
A negativa, impulsionada sob a liderança do vice-chanceler Eduardo Bustamante, responde a considerações estratégicas e ambientais, apesar de setores técnicos do governo terem inicialmente aprovado o projeto.
O que um navio britânico estava procurando no Mar Argentino
No início do mês, surgiram questionamentos sobre um pedido internacional. O navio James Cook solicitou a entrada em águas locais para coletar dados oceanográficos, biológicos, químicos e físicos. Além disso, estudaria as correntes marítimas.
Embora o Conselho Federal de Pesca (CFP) tenha confirmado que não havia impedimentos, ou alertado sobre pesca ilegal, atores do setor e da sociedade civil se manifestaram rapidamente contra.
De acordo com a Ata 23 do CFP, na qual consta que foram recebidas notas verbais “da Embaixada do Reino Unido solicitando autorização para que o navio RRS James Cook”, foi detalhado que permaneceria no território de 26 a 30 de dezembro de 2024, e de 2 a 30 de janeiro de 2025.
Após a decisão, a embaixada britânica em Buenos Aires manifestou seu descontentamento, interpretando a decisão como um “retrocesso” nos esforços para construir uma relação mais estreita.
Esse conflito também gerou divisões dentro do próprio governo argentino. Alguns setores consideram que a proibição envia uma mensagem contraditória em relação ao compromisso do país com a diplomacia e a pesquisa científica.
Polêmica e posições divergentes
Por que se opuseram à entrada do navio britânico.
Um dos pontos mais sensíveis da questão está relacionado ao fato de que a área também inclui as Malvinas ilegalmente ocupadas pelo país europeu.
O CFP aprovou por maioria, enquanto apenas o representante de Chubut manifestou seu desacordo, com a adesão da representante de Buenos Aires.
Embora seja comum a Argentina, em busca de colaboração científica, autorizar a entrada de navios estrangeiros na plataforma marítima para realizar esse tipo de tarefas, até então não havia ocorrido com um sob a bandeira do Reino Unido.
O representante de Chubut se opôs à entrada do navio por considerar que as medições sísmicas, mesmo que sejam para pesquisa, poderiam afetar a baleia-franca-austral. A postura foi adotada pela província de Buenos Aires.
Embora seja um navio científico, o fato de ostentar a bandeira britânica é o que gera mais controvérsias e argumentos contrários. Além da perturbação ambiental, outros encontram motivos econômicos, estratégicos, legais e humanos para rejeitar completamente sua entrada.
Já conhece nosso canal do YouTube? Inscreva-se!