Numerosos estudos relacionam a fumaça dos incêndios florestais com problemas de saúde. Os gases e partículas gerados por esses incêndios são respiráveis e podem entrar no sistema circulatório e até no cérebro.
A atividade humana é a principal fonte de poluição atmosférica, que implica riscos para a saúde das pessoas e outros seres vivos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição atmosférica é responsável por 25% das mortes por doenças cardíacas, 34% por acidentes vasculares cerebrais e 36% por câncer de pulmão.
Uma equipe de pesquisadores do Hospital Italiano de Buenos Aires, do Instituto Cardiovascular de Rosario, do Hospital Centenario de Rosario, da Direção de Epidemiologia de Santa Fe e da Sociedade Argentina de Medicina, investigou o impacto dos incêndios florestais registrados durante 2021-2022 nos departamentos do delta do rio Paraná na qualidade do ar em Rosario e o aumento do risco de infarto do miocárdio.
Resultados do Estudo Sobre os Incêndios do Delta e a Saúde
O estudo, publicado na International Journal of Environmental Health Research, comparou dados de saúde em Rosario nos dias com e sem a fumaça dos incêndios nas ilhas do Delta. Os resultados mostraram um aumento nos casos de infarto do miocárdio durante os dias de queimadas.
A análise estabeleceu que a quantidade de material particulado (PM 2.5) em Rosario triplicava as concentrações máximas recomendadas pela OMS, aumentando o risco de internações hospitalares por infartos do miocárdio.
O que é o Material Particulado PM 2.5?
O PM 2.5 é composto por substâncias químicas orgânicas, poeira, fuligem, metais e outras partículas sólidas ou líquidas com menos de 2,5 micras de diâmetro.
Essas partículas podem ser inaladas, causando inflamação e danos arteriais, podendo obstruir as artérias, levando a infartos ou acidentes vasculares cerebrais. Além disso, podem alterar as estruturas genéticas, afetando as futuras gerações.
Impacto na Saúde da Fumaça dos Incêndios
O estudo destacou que os pacientes afetados tinham patologias tradicionais (tabagismo, diabetes, obesidade, hipertensão arterial e colesterol elevado), mas os infartos ocorriam quando os níveis de poluição ambiental estavam elevados. Nos dias sem queimadas, não houve aumento nos internados.
Os incêndios no Delta do Paraná não apenas prejudicam o ecossistema dos pântanos, mas também têm graves consequências para a saúde da população. A fumaça das queimadas impacta diretamente na saúde cardiovascular.
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