Um projeto de lei busca proibir a importação de troféus de caça.

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Ter troféus de caça implica a matança de animais selvagens para exibir seus corpos como troféus. É uma prática vigente em várias partes do mundo, embora também seja muito questionada.
Neste contexto, vários legisladores, liderados pela deputada Soledad Carrizo, apresentaram no Congresso um projeto de lei para proibir a importação de troféus de caça.
Apesar dos esforços de conservação em muitos países, a atividade ameaça espécies vulneráveis, danificando ecossistemas e oferecendo poucos ou nenhuns benefícios às comunidades locais.

“Malas da morte”: propõem proibir a importação de troféus de caça

O projeto busca proibir a importação de troféus de caça. (Foto: Britta Jaschinski). O projeto busca proibir a importação de troféus de caça. (Foto: Britta Jaschinski).

Numa época em que a biodiversidade está em crise, consideram vital que este problema seja colocado na agenda pública.
Este projeto está alinhado com os fundamentos debatidos durante a COP16 de biodiversidade realizada em Cali, Colômbia. Ali se falou sobre a necessidade de trabalhar coordenadamente entre os países no tráfico ilegal de espécies no âmbito do Tratado de Biodiversidade.
O projeto destaca que a caça internacional de troféus tem impactos diretos e indiretos negativos em cascata, tanto nas pessoas como na vida selvagem.
“Impulsiona a corrupção do comportamento institucional, a degradação e o esgotamento biológico e ecológico, a obstrução à inovação e ao investimento em indústrias ou usos de recursos alternativos e a institucionalização de injustiças sociais em muitos Estados da área de distribuição”, afirmam os impulsionadores.
É a exploração irresponsável da biodiversidade animal, visando a um benefício a curto prazo de um grupo muito minoritário”, afirmou Kai Pacha, da organização Pumakawa.

O que ocorre no mundo

Além disso, durante o processo de preparação do “troféu”, são gerados resíduos potencialmente perigosos para o ecossistema animal, humano e ambiental.

Segundo apontam, “a Argentina é o quinto maior exportador mundial, o terceiro importador na América Latina e o 15º consumidor de troféus de caça de espécies de mamíferos ameaçadas pela sobreexploração através do comércio”, destacou Juan Pessini, da ONG Eco House.

“O que implica em consequências em cascata para a integridade genética e a sobrevivência das espécies-alvo e a saúde dos ecossistemas”, ressaltou.

Globalmente, houve um forte afastamento da indústria de caça de troféus. Muitos países, como Colômbia, Costa Rica, Índia, Singapura, Sudão do Sul e outros, já proíbem a caça de troféus e/ou o comércio em sua totalidade ou em grau significativo.
No caso da Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Finlândia, França, Holanda, Estados Unidos e outros, existem algumas restrições comerciais nacionais para os troféus de caça, alinhadas à CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres).
Globalmente, os Estados Unidos são o principal importador desses troféus.
Não é conservação, é crueldade dos humanos para com os animais em condições de total desvantagem. A única motivação é a vaidade do caçador. Os animais sofrem desnecessariamente, são cruelmente assassinados com métodos que não garantem uma morte rápida e humanitária”, destacou Marina Rathford da Humane Society International (HSI).
O Parlamento do Reino Unido votou a favor de proibir a importação de troféus de espécies em perigo de extinção em 2022, embora a medida ainda enfrente desafios.
A Itália também está considerando restrições semelhantes. No entanto, globalmente, “a falta de consenso e a pressão da indústria de caça continuam atrasando uma proibição mais generalizada”, indicaram as organizações.

O papel do setor privado

O que são troféus de caça. (Foto: Britta Jaschinski). O que são troféus de caça. (Foto: Britta Jaschinski).

A indústria privada também se posicionou como uma líder mundial em sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Já são 45 empresas de transporte que proíbem o transporte de alguns ou todos os troféus de caça.
Nessa linha, em nosso país, a Aerolíneas Argentinas proíbe o transporte de troféus de caça em todos os voos da companhia, tanto nacionais como internacionais.
Neste contexto, a Humane Society International, líder em proteção animal, realiza ações de conscientização. Busca que os Estados compreendam a importância de pôr fim à entrada desses troféus e deter sua comercialização.

“O negócio macabro da caça de troféus”

“O negócio macabro da caça de troféus”. (Foto: Britta Jaschinski). “O negócio macabro da caça de troféus”. (Foto: Britta Jaschinski).

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