O incêndio no Nahuel Huapi continua ativo. Longe de dar um respiro às áreas naturais e aos brigadistas que trabalham contra o tempo, cresce a preocupação de que se expandam ainda mais.
Nas últimas horas, um especialista da Greenpeace advertiu que sem chuvas fortes, será muito difícil controlá-lo. “Só será totalmente controlado em abril”, alertou o Hernán Giardini, coordenador da campanha florestal da ONG.
Incêndio no Nahuel Huapi: como está a situação
Desde o final de dezembro, o fogo em Los Manzanos, no Parque Nacional Nahuel Huapi em Bariloche, não diminui. Apesar de ter seu avanço controlado em alguns momentos, no último relatório foi destacada a preocupação com sua propagação em direção a El Manso.
O Comitê de Emergência, coordenado pelo Parque Nacional Nahuel Huapi e pela Direção de Combate a Incêndios Florestais e Emergências, informou que há 98 brigadistas combatendo as chamas.
Novamente, as altas temperaturas e o vento dificultam o trabalho. Neste contexto, Giardini também mencionou a possibilidade de um incêndio urbano em Bariloche “é iminente” devido à sua localização cercada por floresta nativa.
Destacou a necessidade de protocolos específicos. “Bariloche deveria ter um plano de ação em caso de um incêndio de grande porte no cerro Otto, onde vive muita gente”, afirmou.
“Há pouco tempo, um domo no cerro Otto pegou fogo, se não tivessem apagado rapidamente, o fogo poderia ter chegado ao centro e afetado várias residências”, acrescentou.
Nesta linha, o especialista afirmou que negar a mudança climática é “ridículo”, pois “as altas temperaturas, os ventos fortes e a baixa umidade criam condições propícias para incêndios de grande porte”.
Destacou que 95% dos incêndios são causados pelo ser humano, seja por negligência ou intencionalidade. “Alguns procuram mudar o uso do solo eliminando florestas que não podem desmatar legalmente”, apontou Giardini.
Além disso, ressaltou a necessidade de um programa para substituir as plantações de pinheiros por florestas nativas, pois essas espécies exóticas aumentam a magnitude dos incêndios, como ocorreu em Epuyén, onde o fogo devastou mais de 2000 hectares em 12 horas.
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