Não há dúvida de que as baleias são seres surpreendentes, uma vez que estudos revelaram que a comunicação de diversas espécies de cetáceos segue princípios linguísticos que antes se consideravam exclusivos dos humanos. Em particular, os cantos das baleias-jubarte, pois os especialistas demonstraram que têm estruturas hierárquicas e padrões de eficiência semelhantes aos da fala.
Nesse sentido, as baleias-jubarte produzem cantos complexos que são transmitidos culturalmente entre populações a milhares de quilômetros de distância. Segundo a bióloga marinha Ellen Garland, da Universidade de Saint Andrews, essas mudanças musicais lembram a evolução da música pop e da moda em humanos. Seu grupo, após oito anos de estudo, descobriu que os cantos dessas baleias seguem a lei de Zipf, uma regra linguística que descreve a relação entre a frequência e o comprimento das palavras em qualquer idioma humano.
Outro estudo, liderado por Mason Youngblood na Universidade do Estado de Nova York, analisou mais de 600.000 registros de comunicação em 16 espécies de cetáceos e descobriu que muitas delas também seguem a lei de Menzerath, que estabelece que em frases mais longas, os elementos individuais tendem a ser mais curtos. Isso indica um princípio de economia em sua comunicação, às vezes até mais eficiente do que nos humanos.
A eficiência na comunicação é fundamental no mundo animal. Cetáceos como os <strong=golfinhos nariz-de-garrafa e as baleias-azuis desenvolveram vocalizações otimizadas para a transmissão de informações em ambientes aquáticos, onde o som é a principal forma de interação.
Mais além da linguagem humana
Embora essas descobertas não signifiquem que as baleias possuam uma linguagem como a nossa, elas reforçam a ideia de que a comunicação no reino animal é mais complexa do que se pensava. Segundo o linguista Ramón Ferrer i Cancho, essas descobertas desafiam a ideia de que a linguagem humana é completamente única e sugerem que as bases da comunicação eficiente estão presentes em múltiplas espécies.
Em resumo, esses estudos abrem caminho para novas pesquisas sobre <strong=como os cetáceos estruturam suas mensagens e o que podemos aprender sobre a evolução da linguagem a partir delas.
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Como as baleias-jubarte se comunicam?
As baleias-jubarte se comunicam por meio de:
- Sons de baixa frequência: esses cetáceos produzem sons de baixa frequência com sua laringe. As vocalizações desses animais podem ser complexas e consistir em várias unidades, frases e temas.
- Estalos e assobios: as baleias emitem estalos e assobios para se comunicarem.
- Batidas de nadadeiras: esses mamíferos também se comunicam batendo suas nadadeiras repetidamente.
- Comunicação com suas crias: eles se comunicam com suas crias sussurrando para evitar serem descobertos por predadores.
- Comunicação visual: as baleias-jubarte também se comunicam por meio de gestos como saltos aéreos, movimentos de nadadeiras peitorais ou posturas em forma de “S”.
De fato, em dezembro de 2023, cientistas do Instituto SETI e da Universidade da Califórnia Davis estabeleceram um “diálogo” com uma baleia-jubarte chamada Twain.
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