Está sendo construído um novo e enorme avião projetado para transportar turbinas eólicas ao redor do mundo. O WindRunner, que promete revolucionar a logística das peças das turbinas, é especificamente projetado para transportar pás de turbinas eólicas de até 104 metros de comprimento.
A empresa por trás do avião de carga, que se autodenomina um “catalisador das energias renováveis”, espera que esta inovação leve eletricidade de baixo consumo para lugares remotos, visando “expandir radicalmente o alcance e a escala da indústria de energia eólica terrestre”.
Além disso, irá facilitar a fabricação de turbinas eólicas em locais remotos “onde os recursos são mais promissores”.
Necessidade de transporte aéreo para turbinas eólicas
Embora já tenham sido realizados testes e simulações exaustivos em túneis de vento, espera-se que o WindRunner entre em operação comercial até o final de 2027. Pode parecer incomum que uma empresa de energia recorra à aviação, mas a empresa americana Radia criou o WindRunner para resolver um problema ao desenvolver suas turbinas terrestres GigaWind.
A maioria dos componentes das turbinas eólicas é transportada por estrada em caminhões especializados ou por ferrovia para longas distâncias, mas a Radia descobriu que isso não seria viável para suas turbinas de grande porte, então decidiu construir um avião de carga para transportá-las pelo ar.
Os fabricantes já enfrentam dificuldades para transportar pás de 70 metros de comprimento, o que causa congestionamentos de tráfego. As estradas precisam ser fechadas, passar por terras agrícolas para evitar estradas rurais estreitas e contar com escolta policial devido aos veículos largos e pesados.
O inovador avião WindRunner será o primeiro a resolver esse problema logístico, garantindo o futuro das turbinas eólicas gigantes com pás de 104 metros. Isso permitirá que os parques eólicos sejam mais rentáveis. Antes de optar por um avião de asa fixa construído especificamente, a empresa analisou várias soluções de transporte aéreo históricas e existentes.
A Radia considerou modificar aviões de carga existentes, mas rapidamente percebeu que não era prático. Também explorou aviões flutuantes como dirigíveis, que foram descartados devido às dificuldades de levantar objetos superpesados, à lentidão e à necessidade de grandes áreas livres para aterrissar e decolar. Os helicópteros também não eram viáveis devido à capacidade de carga limitada e ao risco de rajadas de vento.
Características do WindRunner
O WindRunner é enorme, com 108 metros de comprimento e 80 metros de largura. Seu compartimento de carga tem 105 metros de comprimento por 7,3 metros de largura e altura, permitindo a acomodação de pás de turbina gigantes. Isso o torna 239% mais longo que um Boeing 747-400F.
O design da aeronave é 80 vezes maior do que o do maior porta-aviões militar do mundo e mais longo do que o estádio Santiago Bernabéu em Madrid.
A aeronave foi projetada não apenas por sua capacidade de carga, mas também para facilitar o acesso aos parques eólicos. Possui um sistema especializado de carga e descarga no nariz para manobrar eficientemente as pás desde a porta de carga, reduzindo o tempo nos parques eólicos.
O WindRunner permitirá desenvolver mais projetos eólicos em locais remotos “onde se encontram os recursos mais promissores”, segundo a Radia, pois pode operar em pistas de pouso semi-preparadas de apenas 1.800 metros, graças ao seu “robusto trem de pouso e sistemas de navegação avançados”.
Em termos de eficiência de combustível, a aeronave possui dois motores avançados que permitem atingir velocidades de cruzeiro de até Mach 0,6 (aproximadamente 740 km/h) enquanto transporta cargas de até 72 toneladas.
Impacto ambiental do WindRunner
Ainda não foram reveladas as implicações do impacto ambiental e as emissões de carbono da aeronave e como se comparam com a logística de transporte existente.
Para transformar esse design em um novo padrão de aeronaves de carga, a Radia está trabalhando com fabricantes e fornecedores aeroespaciais, incluindo o fabricante italiano Leonardo para desenvolver a fuselagem e a empresa espanhola Aernnova para fornecer asas e pilones de motor.
A Radia planeja estabelecer bases operacionais do WindRunner ao redor do mundo para atender diferentes regiões e já garantiu seu primeiro contrato para fornecer turbinas a um parque eólico em escala de gigawatts. A empresa já iniciou o trabalho na produção do WindRunner, que poderá estar em operação até o final de 2027.
Foto da capa: Radia
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