O projeto europeu COMPASS está desenvolvendo tecnologia avançada que poderia multiplicar por cinco a capacidade de produção de energia geotérmica, enfrentando os desafios de pressão, temperatura extrema e corrosão que têm limitado até agora a aproveitamento total desta fonte renovável.
Este avanço busca posicionar a geotermia como um recurso chave na transição energética global.
A energia geotérmica: uma fonte constante e limpa
Principais vantagens:
- Produção constante sem depender do clima.
- Quase nulas emissões de CO₂.
- Aproveitamento subterrâneo já existente em mais de 90 países.
Potencial:
- A água em estado supercrítico (>374 °C e >218 atmosferas) pode gerar 5 a 10 vezes mais eletricidade do que a geotermia tradicional.
- Este estado foi alcançado pelo Projeto de Perfuração Profunda na Islândia (IDDP), embora seus primeiros poços tenham enfrentado problemas técnicos devido ao estresse térmico.
Islândia: líder na produção de energia geotérmica
- Produz 5,8 % da eletricidade geotérmica mundial.
- 99 % de sua eletricidade provém de fontes renováveis, principalmente geotermia e hidroelétrica.
- A geotermia cobre 45 % do aquecimento nacional, demonstrando sua viabilidade com políticas energéticas decididas.
COMPASS: tecnologias avançadas para poços
O projeto COMPASS introduz soluções inovadoras para superar os problemas tradicionais:
- Design avançado de revestimento: materiais resistentes ao calor extremo e ao estresse prolongado.
- Revestimentos anticorrosivos: aplicados com tecnologia a laser EHLA, ampliando a vida útil dos poços.
- Sistema de alívio de pressão: libera o excesso de pressão durante o aquecimento, voltando a selar automaticamente para manter a integridade estrutural do poço.
Simulação avançada por SINTEF
Simulador multipropósito:
- Analisa fenômenos físicos e químicos dentro do poço em tempo real.
- Permite otimizar designs específicos para cada ambiente.
- Reduz custos e evita erros construtivos, acelerando o desenvolvimento.
Reutilização de poços: modelo circular
Os poços geotérmicos não só geram eletricidade, mas também podem ser adaptados para:
- Captura e armazenamento de carbono (CCS).
- Produção de hidrogênio.
- Armazenamento térmico sazonal.
Esta reutilização amplia seu ciclo de vida útil para mais de 30 anos, reduza o impacto ambiental e garanta versatilidade energética.
Impacto global e futuro da tecnologia
A energia geotérmica profunda poderia abastecer até 8,5 % da eletricidade mundial até 2050, evitando a emissão de 2,1 gigatoneladas de CO₂ anualmente.
Com avanços como os introduzidos pelo COMPASS, esta tecnologia promete ser uma peça chave na sustentabilidade energética.
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