Desde o seu nascimento, Sambi nunca experimentou a vida em liberdade. Criada em um apartamento no coração da Cidade de Buenos Aires, longe de seu habitat natural, essa filhote de puma viveu cercada por paredes e móveis, sem o espaço ou as condições adequadas para o seu desenvolvimento. Seu destino mudou quando foi abandonada e amarrada na porta do Ecoparque de Palermo.
Sua história é um reflexo do impacto negativo do mascoteamento e da posse ilegal de fauna selvagem. Antes de chegar a um refúgio seguro, passou por várias mãos: primeiro foi retirada de uma casa por um influenciador e depois entregue a uma jovem que prometeu construir um santuário que nunca existiu.
O caso chegou à Justiça, que ordenou sua transferência para Projeto Carayá, em La Cumbre, Córdoba, um centro de resgate e reabilitação de animais selvagens. Lá, Sambi encontrou um lar onde poderá receber os cuidados necessários, embora sua vida não esteja isenta de desafios. Isso se deve ao fato de que a filhote de puma possui um problema crônico no rim que a obrigará a estar sob monitoramento constante, mas pela primeira vez estará em um ambiente adequado para o seu bem-estar.
O puma e seu habitat natural: chaves para sua conservação
O puma (Puma concolor) é um felino nativo da América que habita uma grande variedade de ecossistemas, desde as florestas andinas e as selvas subtropicais até as estepes patagônicas e o monte chaqueño. É um animal territorial e solitário que requer amplos espaços para caçar e se deslocar livremente.
Para garantir a sobrevivência dos pumas em seu ambiente natural, é essencial a conservação de hábitats extensos e bem conectados, com abundância de presas naturais, como guanacos, veados e roedores. A fragmentação do território devido à expansão urbana, à caça furtiva e aos conflitos com a pecuária são as principais ameaças enfrentadas por essa espécie na Argentina.
O caso de Sambi evidencia os riscos do tráfico de fauna e do mascoteamento. Os pumas não são animais domésticos e mantê-los em cativeiro não apenas afeta seu bem-estar, mas também compromete sua capacidade de sobrevivência na natureza. A educação ambiental e o respeito pela vida selvagem são fundamentais para evitar que histórias como a de Sambi se repitam.
Fonte: Vía País.
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