O mito da cegonha: a ave que simboliza a vida e a fertilidade

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Entre os animais com melhor reputação pública, a **cegonha** ocupa um lugar privilegiado. Não representa perigo, não gera incômodos e, segundo a crença popular, **traz bebês ao mundo**.

Uma excelente reputação para uma ave que, em termos biológicos, apenas [migra grandes distâncias](https://noticiasambientales.com/animales/comienza-la-migracion-de-millones-de-cangrejos-rojos-en-australia/) e faz ninhos em chaminés.

Mas sua associação com a maternidade não é uma coincidência. Seu comportamento, suas rotas migratórias e uma série de interpretações mitológicas acabaram consolidando seu **papel de mensageira da fertilidade**, um relato que, uma vez enraizado em contos e lendas, se tornou impossível de reverter.

Crenças antigas que reforçaram o mito da cegonha

A conexão entre as cegonhas e o **ciclo de vida** se originou de uma simples coincidência. Durante séculos, as populações do **norte da Europa** observaram que essas aves [voltavam a cada primavera](https://noticiasambientales.com/animales/las-golondrinas-el-pequeno-mensajero-de-la-primavera-que-siempre-regresa-a-su-hogar/), coincidindo com os **nascimentos** que ocorriam após os casamentos do verão anterior.

A repetição desse padrão levou as pessoas a estabelecer uma ligação entre a chegada das cegonhas e o nascimento de novos membros na comunidade, evitando assim explicações mais desconfortáveis.

Desde tempos antigos, a cegonha tem sido um símbolo de **respeito e proteção**. No **Egito faraônico**, ela era associada ao **Ba**, uma das manifestações da alma. Na **Grécia clássica**, matar uma cegonha era proibido sob **pena de morte**, não tanto pelo valor do animal em si, mas pelo que ela representava: **o retorno ao lar, a união familiar e o cuidado entre gerações**.

Até existiu uma lei chamada **Pelargonia**, que obrigava os filhos a cuidarem de seus pais na velhice, inspirada no suposto comportamento das cegonhas para com seus progenitores. Embora hoje se saiba que isso não é real, a crença perdurou por séculos.

Telhados, almas e superstições

Na tradição **eslava**, acreditava-se que se uma cegonha fizesse seu ninho no telhado de uma casa, **um nascimento estava próximo**. A lógica era simples: se as aves voltavam ao mesmo ninho ano após ano, o lar deveria ser um bom lugar. Na realidade, as cegonhas estavam apenas procurando **calor e estabilidade estrutural**, mas a ideia dos bebês era mais atraente.

As lendas **germânicas** também contribuíram para reforçar o mito. Segundo algumas crenças, a deusa **Holda** confiava às cegonhas as almas dos falecidos para que as levassem de volta ao mundo na forma de bebês. Em **Dresden**, uma fonte conhecida desde o século XV como a **Fonte da Vida** era considerada um local que favorecia a **fertilidade em mulheres estéreis**.

Esses relatos fizeram com que a cegonha fosse vista como **uma mensageira entre mundos**, ligada tanto ao nascimento quanto à transcendência.

O conto que consolidou sua imagem

O mito foi selado com o conto **As cegonhas**, do escritor dinamarquês **Hans Christian Andersen**. Na obra, o autor descrevia as cegonhas levando **bebês bons às famílias** e **bebês mortos às crianças travessas**, uma representação que mais tarde foi amenizada pelas adaptações animadas.

O relato fixou definitivamente a imagem da cegonha **voando entre as nuvens, segurando em seu bico um pacote branco com um recém-nascido**. Desde então, a associação com a maternidade ficou enraizada na cultura popular.

A referência moderna que associa as cegonhas a **Paris** é mais oriunda da fama romântica da cidade do que de uma base mitológica.

Foto da capa: Christian Ziegler

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