Um grupo de cientistas descobriu qual é o mecanismo molecular chave para a **regeneração de tecidos em insetos**, o que abre [novas possibilidades para entender como funcionam](https://noticiasambientales.com/ciencia/cientificos-descubren-que-el-cambio-climatico-acelera-la-aparicion-de-ciertos-insectos/) as proteínas envolvidas nesse processo.
O estudo, liderado por Fernando Casares (Centro Andaluz de Biología del Desarrollo, CABD-CSIC-JA-UPO) e Isabel Almudí (Institut de Recerca de la Biodiversitat, IRBio, Universitat de Barcelona), revelou o papel da neddylação, um sistema de controle de qualidade de proteínas, na regeneração de tecidos em Cloeon dipterum, uma espécie de efêmera. Esse achado, publicado em *Open Biology*, poderia ter implicações na regeneração de órgãos em vertebrados e no desenvolvimento de futuras terapias médicas.
Na natureza, a capacidade de regenerar órgãos danificados varia amplamente entre as espécies. **Em comparação com muitos animais, os humanos possuem habilidades regenerativas muito limitadas**. Segundo Casares, “entender como alguns organismos regeneram eficazmente seus órgãos nos permitirá decifrar esse processo a nível molecular e celular, abrindo novas oportunidades para lidar com nossas próprias limitações regenerativas”.
O estudo se concentra em *Cloeon dipterum*, uma efêmera de água doce cujas ninfas possuem **brânquias essenciais para a respiração e a osmorregulação**. Essas brânquias **se desprendem e se regeneram completamente em um período de cinco a nove dias**, a um ritmo mais rápido do que durante seu desenvolvimento habitual. Curiosamente, esse processo não depende de uma estrutura especializada como o blastema, comum em outros organismos, mas sim de um aumento uniforme na proliferação celular.
## A neddylação: chave na regeneração do tecido em insetos
O trabalho, que também conta com a participação de Carlos A. Martín-Blanco (CABD e Universitat de Barcelona), destaca a importância da **neddylação**, um mecanismo que **regula a qualidade das proteínas ativando o proteassoma**, a maquinaria celular responsável por eliminar proteínas defeituosas ou desnecessárias. Esse processo envolve a adição da proteína Nedd8 a componentes do proteassoma, otimizando seu funcionamento.
Além de seu papel na regeneração, a neddylação está **envolvida em processos como o metabolismo, a imunidade e a formação de tumores**. Almudí levanta uma questão fundamental: “Será que os mecanismos moleculares que sustentam a regeneração e o desenvolvimento tumoral estão relacionados?”.
## Novas perspectivas para a pesquisa
O estudo também identificou outros mecanismos importantes na regeneração, como **a via de controle do crescimento de órgãos através da ativina e da proteína Lin28**, que regula a estabilidade de certos ARN. Experimentos em Drosophila melanogaster confirmaram que esses processos são conservados em insetos, sugerindo sua relevância na regeneração de órgãos em outros grupos animais, incluindo os vertebrados.
O próximo desafio será explorar se esses mecanismos podem ser ativados em tecidos com baixa capacidade regenerativa para potencializar sua resposta. Esse enfoque poderia ter **profundas aplicações biomédicas**, inspirando terapias regenerativas em humanos baseadas em processos observados em outros animais.
Com esse avanço, **a regeneração tecidual em insetos se torna uma fonte de conhecimento promissora**, revelando caminhos para abordar desafios médicos complexos e expandir os limites da biologia regenerativa.
## A regeneração de tecidos, está presente em todas as espécies?
De acordo com a pesquisa intitulada *Regeneración de tejidos: novedades de un proceso que sorprende*, publicada pelo CONICET anos atrás, **a regeneração de tecidos ocorre com a amputação de uma parte do corpo**, de modo que as células localizadas nessa área têm duas opções: cicatrizar ou regenerar.
Nesse sentido, o relatório detalha que **a maioria das espécies só possui a capacidade de cicatrizar**, enquanto muito poucas conseguem reconstruir o tecido perdido. Segundo esse trabalho, isso se deve à [história evolutiva dos seres vivos](https://noticiasambientales.com/animales/sorprendente-estos-insectos-pueden-sobrevivir-hasta-una-semana-debajo-del-agua/), o que fez com que **a capacidade de regeneração ocorra em espécies “saltadas”**, de acordo com algum padrão ainda não identificado.
Na verdade, a regeneração de tecidos não ocorre em todas as espécies, nem em todos os tecidos de um mesmo organismo:
– **Nos seres humanos:** Alguns tecidos, como a pele, o fígado, os ductos deferentes e as células sanguíneas, podem regenerar facilmente. No entanto, outros tecidos, como os ossos, a cartilagem e o músculo liso, têm uma capacidade limitada de regeneração. Além disso, alguns tecidos, como o cérebro, não se regeneram completamente.
– **Nos animais:** Algumas espécies, como salamandras e lagartos, podem regenerar partes do corpo que tenham sido danificadas ou amputadas. Por outro lado, os mamíferos não conseguem regenerar extremidades, órgãos e tecidos da mesma forma que alguns animais inferiores.
– **Nas plantas:** As plantas também têm a capacidade de se regenerar.
Em resumo, a regeneração é **um processo natural** que consiste em substituir ou reparar as células, tecidos ou órgãos danificados para que funcionem corretamente.
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