As 5 espécies que curam e previnem suas doenças

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Em 1987, na Tanzânia, um **[chimpanzé](https://noticiasambientales.com/animales/brasil-es-el-hogar-de-la-mayor-biodiversidad-de-monos-del-mundo/)** chamado Chausiku chamou a atenção do primatólogo Michael Huffman ao realizar um comportamento incomum: **mastigava a casca do arbusto Vernonia amygdalina**, comumente conhecido como folha amarga, uma planta não pertencente à sua dieta habitual. A folha amarga é conhecida na África por suas **propriedades medicinais contra a febre, os parasitas intestinais e a dor de estômago**, o que levou Huffman a sugerir que Chausiku poderia estar se automedicando.

Surpreendentemente, apenas 22 horas depois, Chausiku passou de apática a recuperar sua energia, confirmando a hipótese de Huffman como **o primeiro caso documentado de automedicação em animais**. Desde então, foram observados inúmeros exemplos que revelam que a automedicação não é exclusiva dos humanos ou de espécies próximas, mas sim um comportamento mais comum e variado do que se pensava.

![Gran biodiversidad de monos en Brasil](https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2025/01/biodiversidad-de-monos-en-brasil-300×200.jpg)

## Quais são as espécies que curam e previnem suas doenças?

### 1. Orugas que combatem parasitas internos
Em 1993, o biólogo Michael Singer observou lagartas peludas se alimentando de **plantas tóxicas** como artemísia e crotalária. Essas plantas contêm alcaloides de pirrolizidina, que são letais para os parasitas internos, como moscas que depositam ovos em seus corpos.

Singer descobriu que **as lagartas doentes priorizam o consumo dessas plantas**, aumentando suas chances de sobrevivência. Embora os alcaloides também sejam tóxicos para as lagartas saudáveis, os benefícios superam os riscos nas doentes, o que representa uma estratégia de compensação semelhante aos efeitos colaterais dos medicamentos em humanos.

### 2. Macacos e lêmures que fabricam repelentes de insetos
Na América do Sul e Madagascar, **macacos-prego e lêmures usam o milípede** ***Orthoporus dorsovittatus*** **como repelente**. Eles mordem e esfregam seus corpos com a substância viscosa que segregam, rica em benzoquinonas, um composto químico que repele mosquitos e carrapatos. Esse comportamento se intensifica em épocas de maior presença de insetos, **atuando como uma defesa natural contra doenças**.

### 3. Chimpanzés que curam suas feridas com insetos
Em Gabão, um estudo em 2022 documentou como **chimpanzés tratavam suas feridas aplicando insetos triturados**. Esse comportamento não era apenas individual: eles também compartilhavam insetos entre os membros do grupo para usar em suas lesões. Embora não se saiba com certeza se essa prática acelera a cicatrização, o contexto e a repetição sugerem uma forma rudimentar de automedicação social.

### 4. Aves urbanas que usam bitucas como profilaxia
No México, pesquisadores descobriram que **pardais e pintassilgos adicionam bitucas de cigarro a seus ninhos**. A nicotina presente nas bitucas atua como **repelente de parasitas como ácaros e piolhos**. Embora essa estratégia reduza a infestação, também implica em efeitos tóxicos para os filhotes. No entanto, o balanço líquido parece ser positivo, já que os filhotes de ninhos com bitucas pesam mais e mostram melhor saúde geral.

### 5. Mariposas monarca que protegem suas crias com plantas tóxicas
Quando **as mariposas monarca contraem infecções parasitárias**, escolhem **asclepíades com altos níveis de cardenolídeos**, compostos tóxicos que **diminuem as chances de infecção em seus ovos**. Esse comportamento instintivo garante a sobrevivência da próxima geração, demonstrando uma estratégia adaptativa surpreendentemente eficaz.

![Protege a las aves](https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2024/12/protege-a-las-aves-300×169.jpg)

## Outros animais que podem se curar sozinhos
Além das aves e dos chimpanzés, **as abelhas, os lagartos e os elefantes** também compartilham esse traço de sobrevivência: a automedicação.

Esses animais se caracterizam por **comer coisas que os fazem se sentir melhor, ou que previnem doenças, ou que matam parasitas como platelmintos, bactérias e vírus, ou simplesmente para ajudar na digestão**.

## Um comportamento comum, mas pouco explorado
**A automedicação em animais combina fatores fisiológicos e sociais**. Alguns comportamentos parecem inatos, como o gosto por compostos específicos, enquanto outros são aprendidos, baseados na experiência de alívio ou benefício após determinadas **ações que podem ajudar as espécies a curar e prevenir suas doenças**.

Segundo o biólogo Jacobus De Roode, a automedicação provavelmente existe desde os primórdios do reino animal: “Onde há parasitas, há maneiras pelas quais os animais lidam com eles”. Esse campo emergente não apenas revela **a engenhosidade natural das espécies**, mas também oferece **inspiração para novas estratégias médicas em humanos**.

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