Aves do paraíso com penas vistosas e que brilham no escuro.

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As **aves do paraíso** não só cativam com seu **plumagem e danças**, mas também brilham no escuro de uma maneira inesperada: através da **biofluorescência**.

Um estudo recente analisou 45 espécies e descobriu que quase todas apresentam esse fenômeno, com **tons verde-amarelo** que poderiam desempenhar um papel essencial no cortejo.

As sinais visuais são fundamentais para a comunicação em animais. Nas aves, as cores vibrantes das penas costumam ser cruciais no **cortejo e reprodução**.

No entanto, essa não é a única característica importante nos **processos de acasalamento**. Estudos anteriores mostraram que algumas aves também usam a biofluorescência (quando certas partes do corpo **brilham sob luz ultravioleta** no escuro) como um sinal adicional.

Pesquisa reveladora sobre aves e suas penas que brilham no escuro

Em uma pesquisa publicada na revista Royal Society Open Science, os cientistas analisaram 45 espécies de aves do paraíso. Os pesquisadores utilizaram **peles de aves** conservadas no **Museu Americano de História Natural (AMNH)** de Nova York, uma das coleções ornitológicas mais completas do mundo.

Examinaram espécimes de todas as espécies conhecidas da **família Paradisaeidae**. Analisaram tanto machos quanto fêmeas adultas de 45 espécies, exceto no caso de Parotia berlepschi, onde estudaram apenas machos devido à ausência de **fêmeas na coleção**.

Descobriram que quase todas essas aves apresentam biofluorescência (37 espécies de 14 gêneros). Para detectar a biofluorescência, aplicaram um método baseado na excitação com **luzes azuis manuais** em uma sala escura. Usaram óculos com filtro de passagem longa para **bloquear a luz de excitação** e observar apenas a fluorescência emitida pelas penas.

Se um espécime mostrasse sinais de biofluorescência, era transferido para uma sala completamente escura para capturar imagens detalhadas e analisar seu espectro de emissão de luz fluorescente.

Essas aves habitam principalmente as **densas florestas tropicais da Nova Guiné**, algumas ilhas próximas da Indonésia e nordeste da Austrália. São conhecidas por sua plumagem extravagante, que inclui cores vibrantes, iridescências metálicas e penas ornamentais em formas únicas, como filamentos longos, leques e penachos espetaculares.

Os machos costumam exibir uma combinação de negros aveludados, verdes esmeralda, amarelos intensos, azuis elétricos e tons púrpura metálicos, enquanto as fêmeas têm uma plumagem mais discreta, em tons de marrom ou bege, o que ajuda a camuflar no ambiente.

Biofluorescência no cortejo

A biofluorescência não apareceu da mesma forma em todas as aves. Nos machos, a biofluorescência se manifesta nas penas e na pele usadas nos **rituais de acasalamento**.

Dependendo da espécie, as áreas que brilham incluem o interior da boca, o bico e as penas da cabeça, pescoço, barriga e cristas. Nas fêmeas, o brilho é observado principalmente no peito e abdômen.

A cor da **biofluorescência é verde** ou **verde-amarelo**, com um brilho mais intenso em certas comprimentos de onda de luz. Os resultados do estudo sugerem que os machos provavelmente usam essa biofluorescência para destacar suas sinais visuais e melhorar seu sucesso na **competição e cortejo**.

Essas aves vivem em áreas tropicais com **sol intenso**, o que facilita o destaque de suas penas biofluorescentes. Além disso, nas florestas onde habitam, a luz é filtrada de diferentes maneiras, o que pode potencializar esse efeito. Na verdade, é a luz solar que excita as **moléculas fluorescentes (fluoróforos)** em suas penas e pele, fazendo-as emitir cores visíveis em determinadas condições.

Ao contrário de outras aves que podem ver a luz ultravioleta, acredita-se que as aves do paraíso só detectem cores dentro do espectro visível. No entanto, seus olhos têm **características especiais** que permitem ver a biofluorescência com clareza, ajudando-as a distinguir os machos mais atraentes.

Por exemplo, possuem **gotas de óleo pigmentado nos olhos**, o que lhes permite filtrar e perceber as cores de maneira diferente de outros vertebrados.

Os pesquisadores acreditam que muitas mais espécies de aves podem ser biofluorescentes, mas ainda falta mais pesquisa para entender completamente seu papel na evolução e **comunicação visual em aves**.

Foto de capa: René Martin

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