Colômbia: várias espécies de tubarões estão contaminadas com mercúrio

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Um estudo recente da Fundação Malpelo revelou que cerca de sete **[espécies de tubarões](https://noticiasambientales.com/medio-ambiente/descubren-al-tiburon-blanco-mas-grande-del-mundo-en-las-costas-de-florida/)** da costa do Pacífico colombiano estão contaminadas com mercúrio. Esse fenômeno, ligado à **mineração ilegal de ouro e outras atividades humanas**, representa uma séria ameaça tanto para a fauna marinha quanto para a saúde humana.

O uso indiscriminado de mercúrio na mineração ilegal de ouro desencadeou uma crise ambiental na região. Esse metal pesado, utilizado para separar o ouro dos sedimentos, é liberado nos ecossistemas aquáticos por rios como o Patía e outros afluentes, chegando finalmente ao oceano. Uma vez no mar, **o mercúrio se converte em metilmercúrio**, uma substância **altamente tóxica** que se acumula nos organismos marinhos.

Os tubarões, por serem predadores de topo, **ingerem peixes contaminados e acumulam mercúrio em seus tecidos** ao longo de suas vidas, um processo conhecido como bioacumulação. À medida que sobem na cadeia alimentar, a concentração do metal aumenta, o que é conhecido como **biomagnificação**. Isso coloca em perigo espécies como o tubarão-martelo (Sphyrna lewini) e o tubarão-espada (Alopias pelagicus), classificados como **Em Perigo Crítico** pela **União Internacional para a Conservação da Natureza** (UICN).

![sobrepesca de tubarões](https://noticiasambientales.com/wp-content/uploads/2023/06/sobrepesca-de-tiburones-300×199.jpg)

## Consequências para a saúde e o ecossistema

O estudo **encontrou níveis de mercúrio acima dos limites permitidos pela Organização Mundial da Saúde** (OMS) em várias espécies de tubarões. Isso representa um risco para as comunidades costeiras que consomem sua carne, já que o mercúrio afeta o sistema nervoso, especialmente em crianças e mulheres grávidas.

Além disso, a contaminação também **afeta áreas de reprodução de tubarões em manguezais e estuários**, prejudicando a reprodução dessas espécies. As fêmeas grávidas podem transferir o mercúrio para seus embriões, reduzindo assim as taxas de sobrevivência dos filhotes.

## Medidas urgentes para mitigar o problema

Diante dessa situação, **os pesquisadores recomendam restringir o consumo de tubarão**, fortalecer os controles sobre a mineração ilegal e conscientizar as comunidades sobre os riscos do mercúrio. A colaboração internacional é crucial para abordar essa crise e proteger a biodiversidade marinha do Pacífico colombiano.

As autoridades ambientais fizeram um apelo à ação para **implementar estratégias de mitigação**, incluindo a restauração de habitats afetados e a promoção de atividades econômicas sustentáveis que não dependam da extração ilegal de recursos. Enquanto isso, os pesquisadores **continuam monitorando os níveis de mercúrio nos ecossistemas marinhos** para avaliar a evolução do problema e tomar medidas preventivas diante da presença de tubarões contaminados com mercúrio.

![tiburones](https://noticiasambientales.com/wp-content/uploads/2021/05/tiburones-300×192.jpg)

### Os tubarões não são os únicos com altas concentrações de atum

De acordo com os especialistas, **a quantidade de mercúrio nos peixes está relacionada à sua posição na cadeia trófica**. Isso significa que os peixes predadores, maiores e mais longevos, como o peixe-espada, tubarão, atum e lúcio, são considerados as espécies com as concentrações mais altas. Esse fenômeno é conhecido como bioacumulação.

Estima-se que **[uma lata de atum](https://noticiasambientales.com/ciencia/el-innovador-envase-de-atun-que-podria-reducir-niveles-de-mercurio-en-un-35/)** contenha cerca de 15 microgramas de mercúrio, o que está abaixo do limite recomendado de mercúrio para um adulto, que é de 110 microgramas por semana. Por esse motivo, **recomenda-se não consumir mais de sete latas de atum enlatado por semana**, embora para a população vulnerável sejam necessárias recomendações mais rigorosas.

Devido à ingestão de mercúrio através do consumo desses peixes, os especialistas afirmam que **incluindo na dieta diária alimentos naturalmente detoxificantes**, como alho, cebola e brócolis, ajudará a eliminar as toxinas do corpo.

Fonte: Nicole Andrea Vargas – Mongabay, Ecoticias.

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