O governo da **Eslováquia** aprovou nesta quarta-feira o sacrifício de **350 ursos**, argumentando que representam uma ameaça para a **[segurança da população](https://noticiasambientales.com/animales/alaska-autoriza-la-caza-de-osos-y-lobos-con-helicopteros/)**. A decisão, que gerou controvérsia, foi considerada **ilegal** por defensores do meio ambiente, já que vai contra uma diretiva europeia sobre a **proteção da espécie**.
As autoridades eslovacas tomaram essa medida após **vários ataques recentes**, incluindo a descoberta no último domingo dos restos de um homem no centro do país, que, segundo as autoridades, **teria sido atacado por um urso**.
**”Não podemos viver em um país onde as pessoas têm medo de ir à floresta”**, declarou o primeiro-ministro **Robert Fico** ao justificar a decisão.

Estado de urgência e flexibilização de normas
O governo de Fico foi além ao declarar o **estado de urgência em vários distritos**, alegando a presença **”indesejável”** de ursos em áreas habitadas.
Em maio de 2024, o Parlamento eslovaco já havia flexibilizado as normas para o sacrifício desses animais, permitindo exceções à proibição em diversas regiões. No entanto, a Eslováquia deve cumprir a diretiva europeia que só autoriza **[a eliminação de ursos](https://noticiasambientales.com/medio-ambiente/un-pais-de-europa-va-a-matar-al-20-de-su-poblacion-de-osos/)** **em casos específicos**, como quando representam um perigo iminente ou causaram danos significativos.
Apesar disso, a caça aos ursos aumentou no país. Em 2024, **93 exemplares foram sacrificados** e outros **36 morreram em acidentes de trânsito**, segundo o jornal local *Dennik N*.
O ministro do Meio Ambiente, **Tomas Taraba**, justificou a medida afirmando que a população atual de ursos na Eslováquia ultrapassa os **1.300 exemplares**, enquanto considera que **800 seria um número mais adequado**.
Rejeição ambientalista e apelos à prevenção
A decisão foi duramente criticada por **organizações ambientalistas**, que denunciam que o governo está descumprindo seus compromissos internacionais em matéria de conservação.
Os defensores da fauna propuseram **medidas alternativas** para lidar com a convivência com os ursos, incluindo **educação cidadã**, controle de resíduos e estratégias de segurança em áreas naturais.
**”Em vez de matar ursos, o governo deveria focar na prevenção, educação e gestão de resíduos”**, destacaram os ativistas em comunicado.
Um problema que também afeta a Romênia
O que ocorre na Eslováquia não é um caso isolado. A Romênia, que abriga a maior população de ursos da Europa fora da Rússia, com **cerca de 8.000 exemplares**, também enfrenta problemas de convivência com esses animais. Diante do aumento de incidentes, o governo romeno autorizou recentemente o **sacrifício de 500 ursos**, decisão que, assim como na Eslováquia, foi fortemente questionada por grupos ambientalistas.
O conflito entre a **proteção da fauna** e a segurança das comunidades continua gerando debate na Europa, enquanto os governos buscam soluções que equilibrem ambas as prioridades.
O ataque às pessoas como argumento
Quanto aos ataques às pessoas, nos últimos 25 anos **foram registrados cerca de 108 ataques**, que resultaram na morte de pessoas em apenas duas ocasiões: em outubro em Liptovský Mikuláš, ao norte do país, e agora em Detva. Embora não tenham ocorrido feridos, a presença desses animais manteve várias comunidades em suspense.
Por outro lado, o número de ursos sacrificados desde 2000 chega a 604 exemplares. **O ano de 2024 se destacou como o ano recorde** com 94 abatidos a tiros e 50 mortos em consequência de **acidentes de trânsito, envenenamento, caça ilegal ou agressões intraespécies**, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente da Eslováquia.
Em relação à medida de sacrificar 350 ursos, **Greenpeace Eslováquia** e outras organizações ambientalistas e conservacionistas criticaram severamente a decisão do Governo de priorizar o abate de ursos pardos. Por essa razão, as ONGs apontaram que **as autoridades estão ignorando a evidência científica e colocando em risco a conservação da biodiversidade**, além de que o abate desses exemplares é “muito extremo”.
Por outro lado, afirmam que os conflitos com esses animais costumam ocorrer devido à **gestão inadequada de resíduos e alimentos**, e que existem métodos não letais e eficazes para prevenir incidentes.
Fonte: AFP.
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