Como parte das ações da **Estratégia Binacional de Conservação dos Sapos de Darwin** (2018-2028), especialistas de diversas disciplinas participarão de um workshop nos dias 6 e 7 de janeiro na Universidade de Concepción (UdeC). Este evento tem como objetivo aprimorar os protocolos de reprodução ex situ, reintrodução e translocação do sapo de Darwin (*Rhinoderma darwinii*), um [anfíbio emblemático](https://noticiasambientales.com/animales/asi-es-la-ranita-de-darwin-una-especie-unica-que-esta-en-peligro-de-extincion/) em perigo de extinção.
O workshop está planejado para contar com a participação de pesquisadores, representantes de ONGs, autoridades ambientais e a comunidade acadêmica. Esta iniciativa busca **consolidar os protocolos desenvolvidos na Estação do Sapo de Darwin UdeC**, que podem servir como modelo para outros centros comprometidos com a preservação desta espécie.
O sapo de Darwin, que habita áreas que vão de Concepción a Aysén no Chile e nas províncias de Río Negro e Neuquén na Argentina, é conhecido por seu cuidado parental singular: **os machos incubam os ovos em sua bolsa vocal e liberam girinos completamente desenvolvidos**. Esse comportamento também caracteriza sua espécie irmã, *Rhinoderma rufum*, conhecida como o sapo de Darwin do norte.
## **Objetivos do workshop para a conservação do sapo de Darwin**
De acordo com o Dr. Juan Carlos Ortiz Zapata, diretor da estação e acadêmico da **Faculdade de Ciências Naturais e Oceanográficas da UdeC**, o workshop busca:
– Estabelecer protocolos para o manejo ex situ das espécies do gênero *Rhinoderma* e sua subsequente reintrodução na natureza.
– Elaborar um guia de reintrodução e translocação baseado nas diretrizes da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
– Fortalecer estratégias contra ameaças como o fungo quitrídio, principal responsável pelo declínio de anfíbios globalmente.
## **Avanços e desafios**
O encontro ocorre em um contexto de esforços coordenados para [resgatar sapos](https://noticiasambientales.com/ciencia/nace-el-primer-santuario-de-ranas-de-chile-en-la-region-de-los-lagos/) infectados pelo fungo quitrídio no Parque Tantauco (Chiloé). Esse patógeno, para o qual ainda não há tratamento eficaz, invade a pele dos anfíbios, órgão chave para sua respiração e hidratação. Como medida preventiva, **os especialistas enviaram 50 exemplares para a Inglaterra**, enquanto outros permanecem sob cuidado na Universidade de Concepción.
“Esses indivíduos **serão reproduzidos em cativeiro com o objetivo de gerar populações** que possam ser reintroduzidas ou realocadas em seu habitat natural”, explicou o Dr. Ortiz, especialista em Manejo e Conservação da Fauna.
## **Participação internacional e financiamento para a conservação do sapo de Darwin**
Entre os participantes do workshop estão representantes do Zoológico de Leipzig (Alemanha), que financiaram tanto a criação quanto a expansão da estação de reprodução do sapo de Darwin na UdeC. Essa colaboração inclui a habilitação de **um novo módulo para receber os sapos provenientes do Parque Tantauco**.
Além disso, **participarão especialistas do Instituto de Zoologia da Inglaterra**, da **Administração de Parques Nacionais da Argentina** e diversas instituições chilenas, como o Ministério do Meio Ambiente, o Serviço de Biodiversidade e Áreas Protegidas, e organizações não governamentais.
O workshop reflete o compromisso de integrar esforços científicos, técnicos e financeiros para garantir a conservação deste anfíbio único. O sapo de Darwin **simboliza tanto os desafios quanto as oportunidades na proteção da biodiversidade** diante de ameaças globais como as mudanças climáticas e a perda de habitats.
## **Qual é o estado do sapo de Darwin?**
Segundo a organização internacional sem fins lucrativos dedicada à conservação da natureza e do meio ambiente, World Wildlife Fund (WWF), **o sapo de Darwin está na categoria de Perigo de Extinção** da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e pelo Regulamento de Classificação de Espécies do Ministério do Meio Ambiente do Chile (RCE).
Apesar dessa classificação, os sapos do sul têm mais sorte do que **os sapos de Darwin do norte, que foram vistos pela última vez em 1981**, levando à inclusão na categoria de Perigo Crítico, ou **provavelmente extintos.**
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