O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos (USFWS) levantou a necessidade de incluir a borboleta-monarca, um lepidóptero emblemático da América do Norte, na lista de espécies ameaçadas sob a Lei de Espécies em Perigo de Extinção. Diante dessa situação, a iniciativa apresentada pela USFWS busca frear o alarmante declínio de sua população e garantir sua sobrevivência.
Segundo a Federação Nacional de Vida Selvagem (NWF), essa proposta oferece um caminho a seguir para recuperar essa espécie “única”, facilitando maiores recursos, coordenação e esforços de pesquisa.
A queda na população dessas borboletas é devida a vários fatores como mudanças climáticas, perda e fragmentação de habitat e uso excessivo de pesticidas. Nos anos 90, milhões de exemplares percorriam sua rota migratória, mas o último censo de 2023 registrou apenas 233.394 indivíduos em mais de 200 locais de monitoramento.
No México, onde as monarcas hibernam nas montanhas do centro do país, sua presença caiu de 2,2 hectares em 2022 para apenas 0,9 em 2023, sendo este o segundo pior registro em décadas.
EUA propõe incluir esta borboleta na lista de espécies em extinção. Foto: Wikipedia.
Caminho para a proteção da borboleta-monarca
Essa proposta foi oficializada nos últimos dias, após o que se abriu um período de comentários públicos que terminará em 12 de março. Se a iniciativa for aprovada, a inclusão permitirá que as autoridades possam coordenar recursos e estabelecer regulamentações específicas em colaboração com cientistas, agências governamentais, comunidades indígenas, organizações de conservação e proprietários privados.
Clay Bolt, diretor de Conservação de Polinizadores do WWF, apontou que o monitoramento a longo prazo realizado por essa organização mostrou uma diminuição constante das monarcas migratórias devido a ameaças crescentes. Para estabilizar sua população, será importante restaurar habitats críticos, como as áreas de hibernação e as zonas onde cresce a Asclepias, planta essencial para sua reprodução.
mariposas monarca
Um esforço coletivo para protegê-las
A proteção da borboleta-monarca não depende apenas de medidas governamentais. Segundo especialistas, a colaboração entre agricultores, proprietários de terras, conservacionistas e cidadãos comuns é vital para preservar os habitats ao longo das 3.000 milhas de sua rota migratória.
Collin O’Mara, presidente da NWF, destacou a importância dessa medida, afirmando que essa proposta representa um grande passo para o futuro dessas borboletas, dado que a Lei de Espécies em Perigo de Extinção evitou cerca de 99% das espécies classificadas. Por essa razão, espera-se que essa medida garanta a sobrevivência dessa espécie única.
Com essa iniciativa, os Estados Unidos buscam dar um passo decisivo para reverter o declínio da borboleta-monarca, símbolo da biodiversidade e dos desafios enfrentados pela conservação em um mundo em mudança.
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