Abeja Negra SOS é uma organização do México composta por nada menos que “guardiãs” de abelhas urbanas. Eles se especializam no resgate, reabilitação e proteção desses insetos nas cidades.
Com a médica veterinária Adriana Véliz à frente, eles já realizaram mais de 600 resgates desde sua fundação em 2018.
“Abelhas não são mortas, são resgatadas”, é o lema fundamental que guia o trabalho deles.
Guardiãs de abelhas urbanas: como nasceu a organização
Como trabalham as “guardiãs” de abelhas.
Na Cidade do México, antes da formação da Abeja Negra SOS, a resposta institucional à presença de um enxame em áreas urbanas costumava ser a eliminação.
“Os casos eram encaminhados para bombeiros, defesa civil ou diretamente para empresas de dedetização”, contou Véliz à NatGeo.
O problema se agravou com a chegada da abelha africana. Embora inicialmente tenha sido formado um comitê para lidar com a situação, com o tempo a responsabilidade passou para equipes sem formação adequada – nem tempo suficiente – para resgatar as abelhas.
A veterinária coordenou o programa de controle da abelha africana enquanto trabalhava na área; mas sentia que o trabalho se limitava à eliminação sistemática dos enxames.
Por isso, ela estabeleceu as bases de um programa de resgate e, ao sair do órgão público, juntamente com uma colega, formalizou um serviço.
Sua ideia foi pioneira na Cidade do México e logo chamou a atenção dos bombeiros e de outros organismos, que começaram a encaminhar casos para eles. “Hoje é difícil os bombeiros não nos recomendarem. Construímos uma rede de confiança”.
Como a Abeja Negra SOS trabalha
A importância das abelhas para o planeta.
Desde sua fundação, a Abeja Negra SOS realizou 639 resgates e 420 enxames foram reabilitados com sucesso. O processo começa quando alguém entra em contato com a organização devido à presença de abelhas em sua casa ou entorno.
Esses resgates podem envolver longas horas de trabalho em condições extremas: alturas, espaços reduzidos e até mesmo trabalhos noturnos.
Uma vez resgatadas, as abelhas são transferidas para um apiário onde começa sua reabilitação. Esse processo dura pelo menos seis meses e requer alimentação constante, atendimento a doenças e um ambiente adequado para que o enxame possa prosperar.
Após esse período, os enxames podem ser doados a apicultores locais ou permanecer sob os cuidados da Abeja Negra SOS.
Segundo eles, o que falta é um espaço próprio onde possam manter e reabilitar enxames em grande escala. “Sonhamos em ter um santuário onde possamos abrigar até 1500 enxames. Um lugar seguro, onde não soframos roubos e possamos garantir a sobrevivência”, diz Véliz.
A importância central das abelhas para a biodiversidade
Uma única abelha pode polinizar até 20 quarteirões ao redor, o que significa que as abelhas urbanas desempenham um papel essencial no ecossistema.
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Polinizam as plantas: são as principais polinizadoras do planeta, e isso permite a produção de sementes e frutos, sendo necessárias para 84% das culturas comerciais.
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Contribuem para a biodiversidade: as abelhas e outros polinizadores como as borboletas, aves e morcegos ajudam a manter o equilíbrio dos ecossistemas florestais.
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São um bioindicador do meio ambiente: são um indicador da qualidade do ambiente.
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Produzem alimentos: mel, geleia real, pólen, cera de abelha, própolis e veneno de abelha.
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São um controle biológico de pragas: distribuem um fungo que neutraliza parasitas e bactérias nas cult