Graças ao programa de conservação e monitoramento exaustivo, foi registrado um novo yaguareté em Formosa.
Trata-se do maior felino do continente e está em grave perigo de extinção. Na última campanha de campo, a equipe do Projeto Yaguareté (CeIBA – CONICET) confirmou a presença de um novo exemplar.
Assim, soma um sexto indivíduo registrado na província e o nono em toda a região do Chaco. Com que metodologia foi detectado.
Novo yaguareté em Formosa: como foi o registro
Durante uma intensa campanha, de seis dias e mais de 1300 km percorridos, entre muitas outras atividades, a equipe revisou uma estação de câmeras de armadilha localizadas na área.
“O dispositivo fotográfico capturou a presença de dois yaguaretés: Hay ‘ojtaj’, já identificado previamente na área durante os últimos meses de 2024, e um ‘novo’ indivíduo até agora desconhecido nos registros da espécie na região”, detalharam da Fundação Vida Silvestre.
Este novo exemplar é um macho adulto. Foi fotografado em três ocasiões durante fevereiro no departamento de Patiño. Trata-se de uma área que, nos últimos três anos, foi território de pelo menos quatro yaguaretés diferentes.
Os pesquisadores a catalogaram como uma “área chave” para a conectividade do habitat da espécie na região do Chaco.
Nesse sentido, os novos registros evidenciam a importância de proteger um dos corredores chave para a sobrevivência da espécie na região central de Formosa.
Isso também inclui a necessidade de continuar com seu monitoramento e a assistência imediata em situações de conflito com as comunidades locais para favorecer a coexistência.
O papel científico da comunidade
O projeto é realizado com a colaboração de diferentes organismos. Há um esforço conjunto entre o Ministério de Produção e Meio Ambiente da Província de Formosa, com o apoio da Fundação Vida Silvestre Argentina, e, em território de moradores e membros do Grupo de Colaboradores para a Conservação do Yaguareté.
“Moradores e produtores fornecem informações sobre pegadas, vestígios e avistamentos, demonstrando a importância da ciência cidadã e do compromisso interinstitucional para garantir a proteção do yaguareté na região”, relata a organização.
Nas próximas semanas, a equipe iniciará o trabalho de campo, para completar a revisão das câmeras de armadilha e atender a novos alertas dos colaboradores.
Além disso, desenvolvem atividades de divulgação, capacitação e educação ambiental.
O objetivo dessas atividades é sensibilizar a comunidade local e promover ações que permitam sua conservação e coexistência.
A caça, o principal problema para a recuperação do yaguareté
O yaguareté em perigo.
A caça é o principal problema para a recuperação do yaguareté. O maior felino do continente está em perigo crítico de extinção. Por esse motivo, tanto no país quanto na região, são realizadas numerosas ações para a conservação e reprodução do animal.
Há vários anos, a população da espécie diminui de maneira alarmante. Embora os programas de reintrodução de exemplares tenham dado frutos em Corrientes e Chaco, é essencial conseguir combater a caça.
Nos últimos dois séculos, o yaguareté perdeu 95% do território que originalmente ocupava devido à caça e às alterações em seu habitat.
“A caça segue sem controle sério em lugares focais como na Reserva da Biosfera Yabotí, no sul de Urugua-í (ambos em Misiones), todo o rio Bermejo e vários locais de Salta e Jujuy”, apontou o diretor executivo da Red Yaguareté, Nicolás Lodeiro Ocampo, ao canal TN.
Nesse sentido, alertou para uma situação grave. “Em Misiones, temos praticamente a extinção total na Reserva da Biosfera Yabotí, onde vêm grupos organizados do Brasil e devastam as populações”, expressou.
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