A empresa chinesa BYD sacudiu o mercado automotivo ao anunciar uma nova bateria com carga ultrarrápida, capaz de carregar em apenas cinco minutos, graças a um sistema que permite receber até 1.000 kW de potência, proporcionando uma autonomia de 500 quilômetros. Este avanço supera em muito os supercarregadores da Tesla, que precisam de 15 minutos para oferecer pouco mais de 270 quilômetros.
A notícia impulsionou as ações da BYD em 4,1% na Bolsa de Hong Kong, atingindo uma nova máxima, enquanto a Tesla caiu mais de 5% na mesma semana. Investidores como Warren Buffett destacaram o potencial dessa inovação para reforçar a liderança global da marca chinesa.
Os modelos que estrearão essa carga ultrarrápida serão o sedã Han L e o SUV Tang L, conforme anunciado pelo fundador Wang Chuanfu. A BYD explicou que alcançou essa velocidade sem danificar a bateria, graças a uma redução na resistência interna e ao uso de chips de carbeto de silício de última geração.
Embora a inovação represente um grande avanço tecnológico, também traz desafios: o aumento nos custos de fabricação, o preço dos carregadores e as dúvidas sobre a possível redução da vida útil das baterias.

Uma rede de carga ultrarrápida a caminho
Para acompanhar essa tecnologia, a BYD planeja instalar 4.000 estações de carga rápida em toda a China. Comparativamente, uma tomada doméstica fornece 2,3 kW, e os carregadores mais rápidos atuais rondam os 300 kW, muito abaixo da potência prometida pela BYD.
Com esse investimento, a marca não só se consolida como o maior fabricante mundial de veículos elétricos e híbridos plug-in, mas também desafia a hegemonia da Tesla no setor. O futuro da mobilidade elétrica parece cada vez mais chinês… e mais veloz.

A febre consumista de carros elétricos acelera a transição energética na China
Foi divulgada a notícia de que a chinesa BYD superou a Tesla pela primeira vez como a principal vendedora de carros elétricos no mundo, com mais de meio milhão de unidades vendidas no quarto trimestre de 2023 em todo o planeta.
Isso se deveu ao enorme efeito positivo dos subsídios chineses. O início dos auxílios foi moldado em torno da figura de Wan Gang, o Pai do Veículo Elétrico. Em 2000, esse ex-executivo da Audi, a partir de uma carta ao Conselho de Estado chinês, estabeleceu as bases tecnológicas da indústria automobilística elétrica desde a Universidade de Tongji. Junto ao poderoso e inovador setor automotivo de Xangai, incluiu nessa estratégia a produção de baterias. Esses dois pilares originaram a atual espiral do carro elétrico.
O restante do sucesso deve ser buscado na doutrina inculcada desde o início do milênio com o lema Made in China 2025, que estabelecia medidas de estímulo industrial em planos quinquenais, e iniciativas como a Rota da Seda, cujos parceiros energéticos – especialmente Rússia e Arábia Saudita – Pequim inclui carros elétricos em sua exigência de reduzir sua alta dependência de combustíveis fósseis: “A China não será mais a garantidora da demanda global de petróleo como nos últimos dez anos; é a grande repercussão que o mundo deve começar a compreender imediatamente”, adverte Ciaran Healy, da AIE.
Foto: Energías Renovables.