França transforma o calor digital gerado pelos data centers em um recurso ecológico para o futuro.

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Data4, o principal operador de centros de dados na **Europa**, está impulsionando um ambicioso projeto para transformar o **calor residual de seus servidores** em um recurso ecológico. Em colaboração com a Fundação da Universidade Paris-Saclay, acabou de lançar um sistema piloto em suas instalações em Marcoussis, **França**.

Este projeto pioneiro **reutiliza o calor gerado pelos equipamentos de informática para cultivar algas unicelulares**, que absorvem CO₂ com uma eficiência 20 vezes superior à dos árvores. Essas microalgas **serão posteriormente integradas em cadeias de produção locais**, como as das indústrias alimentar e farmacêutica.

O protótipo já instalado no telhado de um de seus centros busca capturar até 13 toneladas de dióxido de carbono por instalação ao ano. Se for implementado em todo o país, poderia representar uma redução de 3.900 toneladas anuais de emissões.

A iniciativa **combina tecnologia, sustentabilidade e economia circular**, marcando um passo importante rumo ao que a Data4 chama de “centros de dados biocirculares”, nos quais os resíduos energéticos se transformam em novas oportunidades ambientais e econômicas.

![Centro de dados francês convertirá o calor gerado em suas instalações em recursos ecológicos. Foto: X/@infomaniak.](https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2025/02/centro-de-datos-suizo-3-300×200.jpg)

## Tecnologia a serviço do clima

Este módulo de cultivo de algas não só **ajuda a mitigar emissões**, mas também **propõe um modelo energético mais eficiente**. Aproveitando os quase 18 teravatios-hora de calor atualmente não utilizados em seus centros, a Data4 visa transformar essa energia desperdiçada em valor local.

Além disso, está sendo desenvolvido **um segundo projeto para instalar módulos de algas nas fachadas dos centros de dados**. Essa tecnologia permitiria capturar até 36 quilos de CO₂ diariamente e gerar 20 quilos de biomassa por dia.

A empresa ressalta que esses avanços não substituem sua **estratégia ecológica global**, mas a complementam. O **uso de materiais de baixa emissão**, **energias renováveis** e otimização por meio de inteligência artificial já fazem parte de seus padrões operacionais.

Com operações na França, Espanha, Itália, Alemanha, Polônia e Grécia, a Data4 busca **transformar sua infraestrutura digital em aliada da transição energética** e do desenvolvimento sustentável. A aliança com instituições científicas e governos locais demonstra que a **inovação ambiental** também pode surgir do coração tecnológico da Europa.

![Centro de dados. Foto: X/ @infomaniak.](https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2025/02/centro-de-datos-suizo-2-300×200.jpg)

## O impacto ambiental dos centros de dados

Os centros de dados são **essenciais para o funcionamento digital do mundo moderno**, mas também geram um alto impacto ambiental. Consomem grandes quantidades de energia para operar servidores e sistemas de refrigeração, o que **contribui significativamente para as emissões de gases de efeito estufa**. Em muitos casos, essa energia provém de fontes não renováveis, o que agrava sua pegada de carbono.

Além do consumo energético, **esses centros geram calor residual**, cuja gestão ineficiente geralmente implica um desperdício de recursos. Também **requerem materiais contaminantes para sua construção e manutenção**, como o concreto tradicional e equipamentos com ciclos de vida curtos. A isso se soma o uso intensivo de água para refrigerar os servidores, especialmente em áreas com escassez hídrica.

Para mitigar esse dano, muitas empresas estão começando a adotar medidas sustentáveis. Estas incluem o **uso de energias renováveis, como solar ou eólica**, para abastecer suas instalações, a melhoria no design térmico para reduzir o uso de ar condicionado, e a **reutilização do calor residual em processos industriais ou agrícolas**.

Também estão sendo promovidas **construções com materiais de baixo impacto, sistemas de inteligência artificial para otimizar o consumo elétrico** e a **reciclagem de componentes eletrônicos**. Dessa forma, a transição para centros de dados mais sustentáveis não só é possível, mas cada vez mais urgente para reduzir seu impacto sobre o planeta.

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