O óleo de lavanda ganhou grande popularidade graças às suas múltiplas propriedades medicinais, pois ajuda a regenerar a pele, aliviar o estresse, reduzir a inflamação e repelir mosquitos, entre outros usos. No entanto, essas não são as únicas funções, já que se tornou um elemento-chave para a fabricação de baterias de sódio-enxofre, ajudando a torná-las mais potentes e a armazenar eletricidade de fontes renováveis.
Essas baterias de grande porte, compostas por enxofre e linalol, componente principal do óleo de lavanda, pretendem se tornar uma alternativa para o armazenamento de eletricidade eólica e fotovoltaica quando não estão sendo utilizadas.
As baterias de sódio-enxofre, em particular, oferecem mais vantagens e benefícios do que as baterias de lítio no momento de armazenar energia. Isso se deve ao fato de que os materiais com os quais são fabricadas são muito mais acessíveis do que o lítio e o cobalto, essenciais nas baterias de íons de lítio, que possuem um processo de extração que prejudica o meio ambiente.
No entanto, as desvantagens dessa nova bateria estão em suas funcionalidades, já que armazenam menos energia do que as fabricadas com lítio, sendo assim menos duráveis. É aqui que entra em jogo o óleo de lavanda e seu componente principal, linalol. De acordo com os especialistas do Instituto Max Planck de Coloides e Interfaces, esse componente poderia ajudar a prolongar a vida útil dessas baterias.
Por que a bateria de sódio e enxofre tem menor duração e capacidade de armazenamento?
A equipe do instituto explicou que o fato dessas baterias terem menor capacidade de armazenamento, provocada pela diminuição significativa após poucos ciclos de descarga, é consequência do que é conhecido como “sulfithling”. Isso acontece quando os polissulfetos, formados no cátodo, migram para o ânodo e reagem com ele, gerando a falha da bateria.
Diante disso, os especialistas tiveram que buscar uma solução para essa situação. Foi então que descobriram que a combinação de linalol e enxofre resulta em um nanomaterial estável e denso, que ajudou a prolongar a vida útil das baterias e alcançar uma maior densidade energética, comparadas com as atuais baterias de sódio e enxofre.
Bateria de sódio e enxofre: quais são suas características
As baterias de sódio e enxofre são baterias de sal fundido fabricadas com sódio (Na) e enxofre (S). São recarregáveis e usadas para armazenar energia. Entre suas características estão sua alta densidade de energia, a alta eficiência de carga e descarga, seu longo ciclo de vida e seus materiais de baixo custo, além de:
- Aplicações: são usadas para armazenar energia na rede elétrica e em parques eólicos, bem como em instalações de hidroeletricidade.
- Funcionamento: Essas baterias utilizam eletrólitos, um óxido sólido condutor de íons de sódio (alumina beta β″-Al2O3) e operam a temperaturas entre 300 e 350 °C.
- Vantagens: Os elementos básicos para sua fabricação são sódio, enxofre e carbono, comuns em todo o planeta. Segundo os especialistas, esses elementos facilitam seu uso no armazenamento de eletricidade de fontes renováveis.
- Desvantagens: O polissulfeto de sódio é altamente corrosivo.
Já conhece nosso canal no YouTube? Inscreva-se!
