Táxis aéreos, carros autônomos e foguetes reutilizáveis são apenas algumas das inovações nos transportes do futuro que inventores ao redor do mundo estão se esforçando para tornar realidade, enquanto as patentes de motores de combustão estão “em declínio”, conforme afirmou a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).
A informação mais recente, extraída das solicitações de patentes presentes no relatório Tendências Tecnológicas Futuras no Transporte, oferece uma visão tentadora sobre inovações de um futuro não tão distante, onde haverá menos poluição causada pelo tráfego, menos congestionamentos e será possível viajar de avião para o outro lado do mundo em apenas algumas horas.
“A análise das patentes mostra que os inventores estão trabalhando arduamente para garantir que a forma como nos moveremos no futuro seja mais limpa e melhor do que a atual”, afirmou a OMPI, acrescentando que as solicitações de patentes para futuras soluções de transporte cresceram 700% nas últimas duas décadas, passando de 15.000 invenções em 2003 para 120.000 em 2023.
“Navios autônomos e portos inteligentes estão revolucionando o transporte marítimo; veículos elétricos, trens de alta velocidade e sistemas inteligentes de gerenciamento de tráfego estão impulsionando a mudança em terra”, insistiu a agência.
Inovações no futuro do transporte aéreo e espacial
Além disso, os aviões de decolagem e pouso verticais estão oferecendo novas formas de viajar de avião, enquanto os foguetes reutilizáveis e tecnologia de satélites estão impulsionando o que é possível além da atmosfera terrestre.
O motor dessa tendência é o reconhecimento de que o transporte é responsável por mais de um terço das emissões de CO2 em todo o mundo, o que tem incentivado o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis que reduzem seu impacto ambiental.
Entre elas está a adoção da propulsão elétrica, a transição para fontes de energia renovável e a promoção de opções de transporte público e compartilhado.
Digitalização e condução autônoma
A digitalização também está revolucionando o setor de transporte, afirma a OMPI, destacando o aumento da condução autônoma, “que se estima gerar entre 300.000 e 400.000 bilhões de dólares até 2035”.
Segundo a agência da ONU com sede em Genebra, a propriedade intelectual apoia esse tipo de inovações revolucionárias, como o carregamento sem fio para veículos elétricos, incentivando investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
A competição é acirrada, uma vez que empresas disputam o acesso aos minerais raros, enquanto a inteligência artificial também está ganhando destaque.
O relatório mostra um crescimento estagnado na atividade de patenteamento de produtos herdados, como o motor de combustão interna e outros sistemas baseados em combustíveis fósseis, como os conversores catalíticos.
Inovações sustentáveis para o futuro
Seus dados indicam que mais de 1,1 milhão de invenções têm remodelado o transporte desde 2000, introduzindo a perspectiva de alternativas sustentáveis aos sistemas baseados em combustíveis fósseis, como as células de energia renovável, os táxis aéreos e os navios de carga autônomos.
Nos assentos do condutor dessa transformação nas viagens estão China, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha, que representam os principais inventores do mundo.
As patentes de transporte terrestre dominam as solicitações globais, sendo 3,5 vezes mais do que as de transporte aéreo, marítimo e espacial juntos. Os Estados Unidos, por sua vez, são o país que mais apresentou patentes internacionais.
A área de maior crescimento em patentes está relacionada à propulsão sustentável, como baterias para veículos elétricos ou pilhas de combustível de hidrogênio, representando um esforço para assegurar que pessoas e mercadorias se movam de forma “mais limpa e amigável ao clima”.
Especialistas em soluções imaginativas para o transporte do futuro afirmam que a inteligência artificial também terá um papel crucial. Eles destacam o crescimento da condução autônoma, embora as infraestruturas não tenham se adaptado rapidamente o suficiente para que esses veículos assumam a liderança, segundo o relatório.
O dilema dos drones
A escassez de minerais, entretanto, determinará se o mundo poderá adotar em massa os carros elétricos, veículos que, de acordo com Christopher Harrison, coautor do relatório, podem não ser soluções milagrosas para proprietários privados.
“Ter esses minerais terrestres raros e limitados em um veículo elétrico para uso pessoal que é utilizado apenas algumas vezes por dia não é um uso eficiente dessas ferramentas”, declarou aos jornalistas.
No setor aéreo, os drones continuarão a aumentar nos céus.
“Não gostaria de olhar para um céu cheio de drones entregando pizzas ou um par de luvas na minha casa e causando poluição visual e sonora”, disse Robert Garbett, fundador do Drone Major Group, citado no relatório.
“Se a entrega for feita em um local remoto de difícil acesso, é mais provável que as pessoas aceitem como uma solução benéfica”, acrescentou, citando a medicina de emergência como exemplo.
Segundo a agência da ONU, o crescimento nas patentes de transporte na China tem sido forte, dada sua recente dominação do mercado de veículos elétricos. No entanto, outros países também contribuíram com uma forte atividade, como Suécia, Itália, Índia e Canadá.
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