Em Roma, 150 países se reuniram e, depois de dias de intensas negociações, chegaram a um pacto financeiro para a conservação da natureza.
O acordo foi alcançado durante a noite de quinta-feira para sexta-feira, durante a COP16 de biodiversidade, que havia sido suspensa em novembro em Cali, Colômbia, por falta de quórum.
Ao saber da aprovação da última versão do plano, Susana Muhamad, presidente da Conferência, declarou: “É um dia histórico para a biodiversidade. Na #COP16Resumed, conseguimos a adoção do primeiro plano global para financiar a conservação da vida no planeta“, afirmou.
Chegaram a um Pacto Financeiro
Os países concordaram em contribuir com 200.000 milhões de dólares anuais até 2030. O compromisso foi estabelecido na reunião anterior em Montreal.
Esse montante inclui um Pacto Financeiro para arrecadar 20.000 milhões de dólares anuais para a conservação em países em desenvolvimento até 2025, aumentando para 30.000 milhões de dólares anuais até 2030. O Marco Global para a Diversidade Biológica tem como objetivo proteger 30% do planeta e restaurar 30% dos ecossistemas que estão degradados até 2030.
Também nesta semana foi acordada a criação do “Fundo de Cali”, que desenvolverá métodos para que as indústrias que obtêm benefícios econômicos da biodiversidade contribuam para sua conservação.
Encerramento da COP16 em Roma
Ao final da reunião na quinta-feira à noite em Roma, os participantes aplaudiram de pé pelos resultados alcançados.
“Os aplausos são para todos vocês. Vocês fizeram um trabalho incrível”, disse a presidente da COP16, Susana Muhamad, da Colômbia.
O resultado bem-sucedido da COP16 é a primeira reunião das Nações Unidas em muitos meses a terminar com uma nota positiva.
“Estes dias de trabalho em Roma mostraram o compromisso das partes em avançar na implementação do Marco Global para a Diversidade Biológica”, afirmou Muhamad, que também é ex-ministra do Meio Ambiente da Colômbia. Muhamad afirmou que foi o esforço coletivo de todas as partes interessadas que resultou no acordo das decisões-chave. “Só trabalhando juntos podemos tornar realidade a Paz com a Natureza”, afirmou.
Oscar Soria, diretor executivo de The Common Initiative, um grupo de especialistas, afirmou que a decisão dos negociadores da ONU representa “um passo positivo” em direção ao financiamento dos esforços em matéria de biodiversidade, o estabelecimento de objetivos claros e um processo de revisão.
“No entanto, a eficácia dependerá da implementação dos compromissos, da disponibilidade de financiamento e da vontade política dos países de aumentar suas contribuições”, acrescentou.
Além de Cali / Roma
Depois de mais de 20 anos de apelos sem resposta por parte da COP da CDB, a decisão sobre a mobilização de recursos conseguiu conectar a questão do financiamento da biodiversidade com o amplo pacote de reformas da arquitetura financeira mundial em discussão nos diferentes fóruns mundiais atualmente.
O próximo passo crucial será em Sevilha, onde a biodiversidade deve ser totalmente integrada às decisões da Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4 – Sevilha, Espanha, de 30 de junho a 3 de julho de 2025). Esta será uma oportunidade única em uma década, mas confira o esboço inicial aqui: o texto não reflete os objetivos e metas do KMGBF, portanto há muito espaço para melhorias no financiamento da biodiversidade, o que exigirá uma mobilização mais forte em direção a Sevilha.
Fonte: AP/ The Common Initiative
