ACUMAR: demitiram 400 funcionários, o que acontecerá com o saneamento do Riachuelo

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Desde o ano passado, a Autoridade da Bacia do Matanza-Riachuelo (ACUMAR), responsável pela limpeza do Riachuelo, passa por um processo de ajuste. Assim como acontece em outros órgãos estatais.

Nos últimos dias, os trabalhadores denunciaram demissões em massa. Na madrugada de 1º de março, de acordo com relatos, cerca de 400 pessoas receberam notificações.

Eles afirmam que não houve justificativas legítimas em nenhum dos casos, o que levanta uma grande questão sobre como continuará o plano integral de limpeza da bacia.

Denúncias de demissões e ajustes na ACUMAR

O organismo atualmente liderado por Lucas Figueras, assim como muitas áreas estatais, em conformidade com as medidas do Governo Nacional, passa por um processo de ajuste.

contaminação do Riachuelo Trabalhos realizados pela ACUMAR no Riachuelo.

De acordo com um comunicado divulgado pelo coletivo “Trabalhadores ACUMAR”, à meia-noite da sexta-feira, 28 de fevereiro, antes do feriado prolongado, cerca de 400 trabalhadores foram demitidos.

“Somando-se aos mais de 100 demitidos em 2024. O organismo está enfrentando uma redução de 50% em sua equipe”, apontaram.

“Com isso, avança o desmantelamento do organismo, comprometendo o plano integral de saneamento, paralisando ações de monitoramento da qualidade ambiental, controle de empresas poluentes, gestão de resíduos, prevenção de inundações, saúde e educação ambiental, áreas habitacionais e fortalecimento comunitário”, destaca o texto divulgado.

Além disso, ressalta que atuam em um território com mais de 8 milhões de habitantes.

ACUMAR é um organismo federal com a participação da Cidade de Buenos Aires, da Província e de seus municípios. Desde 2009, é responsável pelo plano de saneamento da Bacia.

“A implementação das demissões pelas autoridades do organismo configura fraude trabalhista, passando por cima do acordo coletivo da ACUMAR, que contempla a opção de realocação por reestruturação em sua cláusula de estabilidade laboral”, acusam os trabalhadores.

Nesse sentido, exigem a “reincorporação imediata” e a “recomposição de todas as tarefas voltadas para a limpeza da bacia e defesa da qualidade de vida de seus habitantes”.

O que acontecerá com o plano de saneamento

riachuelo Contaminação do Riachuelo.

Com base nesse enxugamento, eles afirmam que o plano de saneamento, como vinha sendo desenvolvido, não poderá continuar.

Natalia Vázquez trabalhava na área de ordenamento territorial, na coordenação de intervenção social. Ela recebeu a notificação de demissão em 1º de março.

“Eu fazia parte da equipe de assistentes sociais que iam aos territórios para encontrar soluções ou onde havia demandas relacionadas com a habitação“, detalha em entrevista ao Noticias Ambientales.

Segundo seu relato, é praticamente impossível continuar com as tarefas na situação atual.

“No ano passado, as demissões já estavam acontecendo, e também em meados de fevereiro. No total, o organismo já reduziu em 50% e isso ocorreu em todas as áreas”, destaca Vázquez. “Assistência social, questões habitacionais, aquelas relacionadas com a saúde, gestão hídrica, fiscalização, qualidade ambiental”, elenca.

Além disso, houve uma redução significativa de pessoal em áreas técnicas. “No ano passado, demitiram toda a equipe do Laboratório, o que era inédito. O organismo não tinha algo assim anteriormente: seus próprios técnicos para medir o pH e tudo o que é relacionado à recuperação do ar, solo e água“, destaca a ex-funcionária.

“O que vemos é que, na situação atual, o organismo não pode continuar operando, porque não tem o pessoal, em muitos casos técnico, na maioria das áreas”, especifica.

O caso da limpeza do Riachuelo e 20 anos de trabalho

Encontraram plásticos e outros resíduos em golfinhos O caso da contaminação do Riachuelo tem 16 anos.

A decisão da Suprema Corte de Justiça sobre a contaminação do Riachuelo, conhecida como “Sentença Mendoza”, foi emitida em 2008.

O tribunal decidiu que o Plano Integral de Saneamento Ambiental do Riachuelo tinha como objetivos melhorar a qualidade de vida dos habitantes da bacia, recompor o ambiente em todos os seus componentes (água, ar e solo) e prevenir os danos ao ecossistema com um grau suficiente de previsão.

A partir disso, a ACUMAR criou um primeiro mapeamento geral de indústrias, para identificar aquelas próximas e poluidoras do rio. Também criou o primeiro corpo de inspetores centralizado para todo o território. E, por outro lado, a primeira normativa ambiental unificada, com limites estabelecidos para cada tipo de descarte e substância utilizada.

No âmbito deste plano, foi realocada 40% da população afetada pela contaminação do Riachuelo e toneladas de resíduos foram removidas.

Apesar das reivindicações persistentes e da necessidade de mais ações para alcançar a limpeza e a qualidade ambiental e de vida adequadas, sem o funcionamento ideal do organismo, parece ser uma tarefa extremamente complexa. “Invíavel“, conforme a descrição da trabalhadora demitida.

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