Um estudo sem precedentes revela que as Terras Indígenas (TIs) da Amazônia desempenham um papel fundamental no regime de chuvas que beneficia 80% da área ocupada por atividades agrícolas no Brasil .
Em 2021, essas áreas agrícolas atingiram uma renda econômica de R$ 338 bilhões, representando 57% do total nacional.
Contribuição das Terras Indígenas
As TIs, que cobrem cerca de 23% da Amazônia Legal, têm sido eficazes como barreiras contra a desflorestação .
Entre 2019 e 2023, apenas 3% das 4,4 milhões de hectares desflorestados na Amazônia ocorreram dentro desses territórios. Esses territórios protegem a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas, permitindo a reciclagem da água que é vital para a chuva.
Influência nas Precipitações
Dezoito estados brasileiros e o Distrito Federal estão parcial ou totalmente sob a influência das TIs amazônicas.
A chuva causada pela reciclagem da água nesses bosques pode representar até um terço do volume total anual em algumas regiões, especialmente em Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná . No geral, até 30% da chuva nas terras agrícolas do país está relacionada com a reciclagem eficiente da água nesses territórios.
Mecanismo de “Irrigação” Natural
A Amazônia irriga grande parte do Brasil através de “rios atmosféricos” . A umidade reciclada nas florestas das TIs é transportada pela atmosfera e se converte em chuva em outras regiões.
As árvores bombeiam água do solo para a atmosfera, formando nuvens que promovem a chuva. O excesso de umidade é transportado pelos ventos alísios até os Andes , onde é redirecionado para o sul e sudeste do continente, formando os “rios atmosféricos” que irrigam regiões como o Pantanal e a bacia do Rio da Prata .
Importância da Conservação
O estudo destaca a importância de manter as áreas de floresta nativa preservadas para garantir o fluxo de umidade e a formação de chuva.
A proteção das TIs não é crucial apenas para a biodiversidade e as comunidades indígenas , mas também para a sustentabilidade da agricultura e da economia brasileira.
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