O degelo no Ártico está avançando e já não é uma novidade. A situação preocupa a comunidade científica pelas consequências diretas que traria ao planeta, e um novo estudo indicou quando deixará de ser como o conhecemos.
Uma nova normalidade climática para a temperatura e o gelo marinho no Ártico é esperada em um futuro mais próximo. Segundo o estudo, será antes de 2050. Além disso, a chuva alcançará um estado análogo ao final do século.
Degelo no Ártico e um ano chave
Cientistas da Universidade de Groningen e do Real Instituto Meteorológico dos Países Baixos (KNMI) desenvolveram um método para prever essa nova normalidade climática.
O que está acontecendo no Ártico.
Eles a denominaram ToE (Tempo de Emergência) e ultrapassaram o limite do clima anômalo em diversas regiões árticas. Basearam-se no aquecimento, umidade e derretimento do gelo marinho.
Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports. Os autores utilizaram 14 modelos climáticos globais e os alimentaram com diversos cenários de emissões de gases de efeito estufa e quantidades de aerossóis para reconstruir o passado e prever as mudanças climáticas futuras no Ártico.
O que definiu o TdE
O TdE foi definido como o momento em que os valores de uma variável climática foram superiores a 97,5% dos históricos durante 10 anos consecutivos.
Os resultados mostram que, embora o Ártico esteja se aquecendo rapidamente, em geral, ainda não atingiu o ToE para a temperatura e a camada de gelo marinho. Isso se deve principalmente à altíssima variabilidade natural dessas variáveis árticas.
Como prevê a mudança climática
A espessura do gelo marinho já atingiu um novo estado climático na região central do Ártico, uma vez que a variabilidade interanual da espessura é relativamente pequena.
Isso torna o gelo marinho o indicador mais sensível da mudança climática.
Em que consistiu o estudo.
“Ficamos entusiasmados ao ver que pudemos estimar o TdE de forma consistente e robusta”, afirma Richard Bintanja, professor de Mudança Climática e Ambiental da Universidade de Groningen e autor correspondente do estudo para a Europa Press.
“O próximo passo é aplicar esses conhecimentos na sociedade, nas políticas e na ecologia”, acrescentou.