A empresa alemã Bayer enfrenta um julgamento sem precedentes na França pelos efeitos do glifosato. Na segunda-feira, será apresentada perante um tribunal devido ao suposto vínculo entre a exposição ao químico de um jovem quando sua mãe estava grávida.
O menino hoje sofre graves malformações que, segundo as acusações, foram causadas pelo contato com o agrotóxico.
O julgamento civil poderia estabelecer um precedente no país, permitindo que outras possíveis vítimas do herbicida mais utilizado no mundo levem seus casos à justiça “mais rapidamente”.
**Bayer enfrenta um julgamento sem precedentes na França**
Os fatos remontam a 2006, quando Sabine Grataloup, então grávida, utilizou glifosato para deserbagem de uma pista de equitação. Segundo relatou, ela pulverizava a substância “várias vezes ao dia, sem qualquer proteção especial”.
Naquela época, ela não sabia que estava grávida de “várias semanas”.
Em 2018, ambos os pais denunciaram a empresa Monsanto, que a Bayer acabara de adquirir.

Essa empresa estadunidense forneceu a molécula de glifosato para a marca Glyper, o herbicida utilizado por Grataloup, de 54 anos. O Glyper é “um produto de revenda do Roundup”, a conhecida marca da Monsanto, e as embalagens não alertavam sobre o perigo de malformações.
A mulher detalhou que a empresa minimizou sua toxicidade perante as autoridades reguladoras globalmente.
**As consequências na saúde do jovem**
Théo, filho de Grataloup, nasceu em maio de 2007 com o esôfago e a traqueia mal diferenciados. Desde então, o jovem passou por 55 intervenções cirúrgicas para poder se alimentar normalmente.
No entanto, ele continua a respirar e falar por meio de uma abertura na garganta.
A família solicitará uma avaliação legal dentro de um processo de reivindicação de responsabilidade, com o objetivo final de buscar compensação pelos danos se for confirmada a relação causal entre o glifosato e a deficiência do adolescente.
O Fundo francês de Indenização às Vítimas de Pesticidas reconheceu em 2022 a ligação entre o herbicida e a condição do jovem, que desde então recebe 1000 euros mensais como reparação.
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