O Cadillal, um dos destinos turísticos mais importantes de Tucumán, está no centro de uma crescente preocupação ambiental e urbanística. Um relatório técnico elaborado por uma comissão interdisciplinar do Estado revelou que mais de 3.100 moradias foram construídas de forma irregular em 300 hectares de terras fiscais. Muitas delas estão localizadas em áreas com restrições ambientais, arqueológicas ou de infraestrutura crítica, e poderiam ser demolidas.
A pesquisa, impulsionada pela Procuradoria do Estado, acendeu o alerta sobre o crescimento descontrolado neste setor perto do lago. O levantamento, solicitado pelos ministérios de Governo, Economia e Interior, juntamente com organismos como Cadastro, Flora e Fauna, Água, Turismo e Cultura, confirmou que apenas dois dos 18 empreendimentos urbanísticos analisados estão em conformidade com a legislação vigente: o Loteamento Abad e Villa Jardín, esta última construída durante o governo militar em 1976.
O documento adverte que muitas das moradias ocupam áreas categorizadas como “vermelhas” pela Lei de Florestas Nativas e a Lei de Ordenamento Territorial, onde é estritamente proibida a construção. Entre os casos mais críticos estão o bairro Villa del Lago, com 99 moradias —algumas de material— em uma península em área vermelha, e o loteamento Torres Espeche, com mais de 200 moradias, das quais 50 estão em áreas de conservação rigorosa.
Além disso, o Cadastro denunciou mais de 800 casos de ocupação ilegal de terras, e foram detectadas construções abaixo do nível máximo do reservatório, o que representa um sério risco de inundação. As condições urbanas também são preocupantes: ruas com apenas três metros, sem acesso para ambulâncias ou caminhões de bombeiros, estradas bloqueadas e serviços básicos limitados.
As construções na área do Cadillal correm risco de desabamento. Foto: Google Maps.
Medidas contra as construções irregulares
O Governo dissolveu o Escritório de Regularização Dominial e Habitat, após detectar irregularidades na gestão de terras do Cadillal, e criou uma unidade executora para rever a situação territorial em toda a província.
O relatório sugere preservar as áreas protegidas, redesenhar a infraestrutura viária e regularizar os espaços turísticos. No entanto, o crescimento imobiliário no Cadillal continua sem controle, evidenciando uma problemática mais ampla: o avanço do urbanismo informal em territórios sensíveis, sem planejamento ou controle estatal, o que coloca em risco o equilíbrio ambiental e legal em Tucumán.
O Cadillal, Tucumán. Foto: Google Maps.
As consequências da urbanização informal
A urbanização informal pode impactar negativamente o meio ambiente de várias maneiras, incluindo:
- Perda de habitats: A expansão urbana destrói florestas, terras agrícolas e outros ecossistemas naturais.
- Contaminação: A urbanização gera contaminação do ar, da água e do solo.
- Aumento das emissões de gases de efeito estufa: O consumo energético e o transporte geram mais emissões de gases de efeito estufa.
- Gestão inadequada de resíduos: A falta de coleta de resíduos representa um risco para a saúde.
- Ilhas de calor: A perda de áreas verdes e o efeito estufa aumentam o calor nas cidades.
- Desastres ambientais: A urbanização pode aumentar o risco de desastres como inundações.
- Perda de biodiversidade: A perda de habitats reduz o espaço para as espécies nativas.
- Desmatamento: O rápido crescimento das cidades provoca desmatamento e perda de cobertura do solo.
Para reduzir o impacto da urbanização no meio ambiente, pode-se:
- Promover o uso de energias alternativas e sistemas de transporte
- Melhorar a gestão de resíduos
- Incorporar o cuidado das áreas verdes no planejamento urbano
- Plantar árvores
- Reduzir a contaminação do ar
Fonte: Contexto Tucumán.
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