A província de Córdoba encerrou o ano de 2024 com um panorama ambiental extremamente crítico devido aos incêndios florestais e rurais.
No total, foram registrados 586 incêndios, afetando uma área recorde de 103.327 hectares, conforme o relatório anual de Áreas Afectadas por Incendios Forestales, elaborado pela Mesa Técnica de Áreas Quemadas sob a coordenação da Direção de Gestão de Riscos da província.
Esses números não apenas representam um recorde histórico desde o início do monitoramento por satélite em 2022, mas também mostram um aumento alarmante de 150% em relação a 2023, quando a área afetada foi de 41.256 hectares. Comparando com anos anteriores, os dados de 2024 superam significativamente as cifras de 2019, 2018 e 2017, outro período crítico na região.
Setembro: o mês mais crítico dos incêndios florestais
O relatório revela que o período mais intenso de incêndios ocorreu entre julho e outubro, atingindo o pico em setembro, mês que concentrou 76% da área total queimada durante o ano. Nesse mês, foram registrados 177 incêndios, que devastaram 78.298 hectares, incluindo áreas rurais e zonas de interface urbana próximas a localidades como Capilla del Monte, Dolores, San Esteban e Los Cocos.
O maior incêndio do ano, com uma área afetada de mais de 42.000 hectares, ocorreu durante esse período e se estendeu por quatro departamentos distintos: Punilla, Colón, Ischilín e Totoral. Esse evento se destacou não apenas por sua magnitude, mas também pela dificuldade de controle devido à complexidade do relevo nessas regiões.
Comparação com o ano de 2023
A diferença entre 2023 e 2024 é notável. Durante o período crítico de julho a setembro, em 2023 foram queimados 15.945 hectares, enquanto em 2024 esse número aumentou para 93.475 hectares, quase seis vezes mais.
Além disso, os incêndios do último trimestre de 2023 afetaram principalmente áreas agrícolas (87 focos) e serranas (55 focos). Embora em menor quantidade, os incêndios serranos tiveram um maior impacto em termos de área afetada, atingindo 17.225 hectares, em comparação com as 2.076 hectares nas áreas agrícolas.
Departamentos mais afetados
Os focos de maior magnitude em 2024 se concentraram nos departamentos de:
- Punilla: 21.188 hectares queimados.
- Calamuchita: 19.719 hectares.
- Totoral: 10.689 hectares. Outros departamentos gravemente afetados incluem Pocho, Río Cuarto, Colón, Ischilín e Santa María, cada um com mais de 6.000 hectares danificados. Esses números destacam a gravidade dos incêndios em toda a província.
Metodologia de monitoramento
O relatório é baseado em dados obtidos por meio de monitoramento por satélite, uma técnica implementada a partir de 2022 para construir uma cartografia oficial de áreas queimadas, acessível ao público.
Esse sistema tem como objetivo visibilizar o impacto ambiental dos incêndios e fornecer informações-chave para o desenvolvimento de políticas públicas e planos de prevenção.
Reflexão e necessidade de ação
A crise ambiental enfrentada por Córdoba destaca a urgência de desenvolver estratégias eficazes de prevenção e controle de incêndios.
O aumento dos focos e a gravidade dos danos evidenciam a vulnerabilidade do território aos efeitos da seca, combinados com as geadas que secam as pastagens e a falta de chuvas. Esses fatores contribuem para a fácil propagação dos incêndios, dificultando seu controle.
O monitoramento sistemático e a cartografia das áreas afetadas são ferramentas valiosas, mas ainda há muito a ser feito para evitar que anos como 2024 se tornem a norma. É essencial reforçar a coordenação entre instituições, implementar medidas preventivas mais robustas e sensibilizar a população sobre a importância de cuidar do meio ambiente natural em Córdoba.
Foto de capa: La Voz
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