O esboço da COP29 foi apresentado na manhã desta quinta-feira e gerou inúmeras críticas de vários países. Entre as principais críticas, destaca-se a falta de um número, considerando que o principal objetivo deste ano é o financiamento.
O documento tenta estabelecer as bases para qualquer acordo alcançado nas negociações climáticas das Nações Unidas. O objetivo é definir os fundos para que os países em desenvolvimento enfrentem a transição para a energia limpa e se adaptem às mudanças climáticas.
A principal crítica ao esboço da COP29
O esboço omite um ponto crucial: quanto as nações ricas pagarão aos países pobres. No espaço para a quantia mínima que os doadores estão dispostos a pagar, aparece apenas um marcador de posição “X”.
Parte do motivo é que as nações desenvolvidas ainda não fizeram uma oferta concreta nas negociações.
A COP29 em Baku.
Os negociadores na cúpula em Baku estão tentando fechar a lacuna entre os 1,3 trilhões de dólares que o mundo em desenvolvimento afirma precisar em financiamento climático e os poucos bilhões de dólares que os negociadores dizem que as nações mais ricas estão dispostas a pagar.
A ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Mohamed, afirmou que sem um valor oferecido pelos países desenvolvidos, “não estamos negociando nada”.
Por sua vez, o panamenho Juan Carlos Monterrey Gómez qualificou a situação como uma “falta de compromisso com a transparência, uma bofetada nos mais vulneráveis”.
Gómez enumerou os locais onde os negociadores trabalharam no assunto: África do Sul, Alemanha, Filipinas, Egito, Áustria, Suíça, Dubai, Colômbia e “às vezes aqui em Baku”. Nesse sentido, questionou: “Pelo amor de Deus, qual será o próximo destino? Marte? Precisamos ir para o espaço sideral para obter um número quantitativo dos países desenvolvidos para poder começar a negociar aqui?”.
Esa Ainuu, da pequena ilha de Niue no Pacífico, também criticou a falta de um valor no esboço do acordo. “Para nós no Pacífico, isso é fundamental”, afirmou. “Não podemos escapar para o deserto. Não podemos escapar para outro lugar. Esta é a nossa realidade. Se as finanças não contribuem positivamente, por que viemos para a COP?”, acrescentou.
O enviado climático da União Europeia, Wopke Hoekstra, qualificou o esboço como “desequilibrado, inviável e inaceitável”.
A resposta da COP
Negociações na COP29: financiamento climático.
Em um comunicado, a presidência da COP29 esclareceu que os rascunhos “não são definitivos”. Nesse sentido: “A porta da presidência da COP29 está sempre aberta, e recebemos com prazer qualquer proposta de mediação que as partes queiram apresentar”.
Adicionou que possíveis cifras para um objetivo financeiro serão publicadas na próxima versão do rascunho.
O presidente da COP29, Mukhtar Babayev, convocou um qurultay (uma reunião tradicional azerbaijana) onde os negociadores falariam para ouvir todos os lados e buscar um compromisso. Disse que “após ouvir todas as opiniões, delinearemos um caminho a seguir em relação a futuras iterações”.
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