Groenlandia, a maior ilha do mundo com uma extensão de 2.166.086 km², é um território estratégico com vastas reservas de recursos naturais. Com mais de 80% de sua superfície coberta de gelo, seu potencial econômico despertou um interesse internacional crescente, especialmente em um contexto de derretimento acelerado devido às mudanças climáticas. Esse fenômeno facilitou o acesso a minerais valiosos como urânio, granito e as cobiçadas “terras raras”, essenciais para a indústria tecnológica e a transição energética.
Pertencente ao Reino da Dinamarca, Groenlandia não faz parte da União Europeia, mas sua conexão com um Estado membro a mantém no radar das políticas econômicas e ambientais do bloco. Sua localização, entre o Atlântico e o Ártico, a torna um ponto de disputa estratégica devido à abertura de novas rotas marítimas pelo derretimento do gelo, encurtando os tempos de navegação e facilitando a exploração de seus recursos.
O explorador polar Ramón Larramendi, que liderou a primeira expedição espanhola através do calote polar da Groenlândia há quatro décadas, destaca que os habitantes da ilha veem na mineração uma oportunidade de alcançar a independência. No entanto, os altos custos e a falta de acordos sólidos entre empresas e autoridades têm retardado seu desenvolvimento.

As “terras raras”: chave na indústria tecnológica
Estes elementos, fundamentais para fabricar dispositivos eletrônicos, turbinas eólicas e veículos elétricos, são um recurso estratégico a nível mundial. Groenlandia abriga depósitos significativos, como Kuannersuit, que poderia fornecer cerca de 20% da demanda global de terras raras, tornando-se a segunda maior mina do mundo fora da China.
Os groenlandeses buscam atrair investimentos, mas exigem condições ambientais estritas, o que gera incerteza sobre a viabilidade desses projetos. Paula Adánez, engenheira geóloga do Instituto Geológico e Mineiro da Espanha, afirma que, embora a extração sustentável desses recursos seja um desafio, é possível com a aplicação de medidas adequadas.
Groenlandia não é apenas uma reserva de minerais, mas um ponto estratégico na rivalidade global. Os Estados Unidos mostraram interesse em controlá-la, como evidenciou Donald Trump durante seu mandato. Rafael Calduch, especialista em Relações Internacionais, adverte que a nação que dominar esses recursos terá uma vantagem na indústria do futuro, tornando Groenlandia um epicentro de competição geopolítica nos próximos anos.
Groenlandia possui um grande valor ambiental por ser uma reserva de gelo e por seus recursos naturais. No entanto, as mudanças climáticas ameaçam seu ecossistema e seus recursos.

O valor ambiental da Groenlandia
É a segunda reserva de gelo do planeta, depois da Antártida, sem mencionar que seus gelos terrestres são importantes nas mudanças climáticas e no aumento do nível do mar, e que seu ambiente ártico é um exemplo de sustentabilidade ambiental.
Recursos naturais
- Possui grandes quantidades de petróleo e gás natural sob o gelo.
- Contém minerais como ouro, zinco, chumbo, cobre e urânio, além de terras necessárias para as tecnologias de comunicação.
- É um importante centro pesqueiro.
- É um local tradicional de caça de focas, baleias e ursos polares.
O aumento das temperaturas está derretendo o gelo da Groenlandia e afetando os ecossistemas árticos, além de modificar o sustento da população groenlandesa e poder elevar o nível do mar vários metros. Por essa razão, Groenlandia está trabalhando em energias renováveis e economia circular, pois é necessário reforçar os esforços para enfrentar as mudanças climáticas.
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