Justiça ambiental: condenação histórica em Chubut pela matança de pinguins na reserva de Punta Tombo.

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A província de Chubut marcou um marco na justiça ambiental ao confirmar a primeira condenação firme por dano ambiental agravado.

Os juízes da Câmara Penal de Trelew ratificaram a sentença de três anos de prisão suspensa contra o produtor agropecuário Ricardo Adolfo La Regina, considerado responsável pelo ocorrido na colônia de pinguins de Magalhães na reserva de Punta Tombo durante 2021.

A decisão, proferida pelos juízes Alejandro Defranco, César Zaratiegui e Adrián Barrios, rejeitou os recursos de impugnação apresentados pela defesa do empresário, mantendo firme a sentença N° 1251/24.

A massacra de Punta Tombo: um dano irreversível

Durante o julgamento, ficou comprovado que La Regina usou maquinário pesado para abrir caminhos em sua fazenda “La Perla”, vizinha da reserva de Punta Tombo.

Essa ação causou a morte de dezenas de pinguins em uma temporada crucial para a criação e reprodução, afetando o ecossistema da colônia.

Os fatos ocorreram em três períodos específicos de 2021:

  • De 10 a 14 de agosto.
  • De 10 a 14 de setembro.
  • De 26 de novembro a 4 de dezembro.

O tribunal de primeira instância, composto pelos juízes María Laura Martini, Eve Ponce e Carlos Richeri, considerou La Regina penalmente responsável por dano agravado em concurso ideal com crueldade animal, sob a Lei 14.346.

Rejeição da apelação e argumentos controversos

O advogado de defesa Federico Ruffa apresentou uma impugnação à Câmara Penal, seguida de perto pelo Ministério Público e representantes de organizações ambientalistas.

Entre os pontos mais controversos da apelação estavam:

  • Questionamentos sobre a composição do tribunal, apontando como “defeituosa” a inclusão da juíza Laura Martini, cuja transferência para Rawson é objeto de debate legal.
  • Negação de provas sobre a morte dos pinguins, argumentando que não havia evidências documentadas.
  • Minimização do impacto ambiental, indicando que a afetação representava apenas 0,002% da colônia.

No entanto, a promotora Florencia Gómez, juntamente com os querelantes Eduardo Hualpa e Martín Castro, defenderam a validade do processo, argumentando que:

  • A denúncia contra Martini foi considerada inadmissível pelo Conselho da Magistratura.
  • O dano ambiental e a perda da fauna foram comprovados na investigação.
  • A rejeição da suspensão do julgamento probatório foi justificada, pois La Regina não era o proprietário da fazenda que tentava transferir.

Uma decisão judicial que estabelece um precedente na conservação ambiental

A condenação estabelece regras estritas de conduta para La Regina, sob a advertência de que, em caso de descumprimento, deverá cumprir sua pena efetiva na prisão.

Este julgamento representa um avanço significativo na defesa da biodiversidade na Argentina, enviando uma mensagem clara sobre a responsabilidade diante dos crimes ambientais.

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