Desde dezembro de 2024, os incêndios na Patagônia devastaram mais de 48.000 hectares, com focos ativos nas províncias de Chubut, Río Negro e Neuquén.
A resposta do Governo, centralizada no Ministério da Segurança Nacional, tem sido criticada pela demora no envio de reforços e pela ausência de um plano preventivo integral.
Impacto devastador: Mais de 48.000 hectares afetadas
De acordo com os últimos dados oficiais, os incêndios florestais na Patagônia consumiram mais de 48.000 hectares de florestas, pastagens e casas desde dezembro de 2024. Um dos focos mais destacados é o do Parque Nacional Los Alerces, em Chubut, que começou na quarta-feira à noite e já afetou 72 hectares.
Além do dano ambiental, os incêndios causaram uma vítima fatal: Ángel Reyes, morador de El Bolsón, ficou preso em sua casa. Em Corrientes, outro foco consumiu mais de 127.000 hectares e causou a morte de Alejandra Mendoza, uma professora de 30 anos.
As autoridades de Chubut, Río Negro e do Governo Nacional confirmaram que a maioria dos focos foi provocada intencionalmente, exacerbados pela seca, vento e falta de chuvas.
Resposta do Governo Nacional aos incêndios na Patagônia: críticas e recursos insuficientes
A gestão da emergência foi questionada pela demora no envio de reforços materiais, humanos e econômicos. Um relatório da Noticias Argentinas revelou que a licitação para a compra de mangueiras, assinada em 16 de dezembro de 2024, foi publicada apenas em 19 de fevereiro de 2025.
O chefe de Gabinete, Guillermo Francos, detalhou que o Governo destinou 7.000 milhões de pesos a Chubut e 5.000 milhões de pesos a Río Negro para a reconstrução de casas. Além disso, foram enviados 9 aviões, 10 helicópteros, caminhões-tanque florestais, caminhões dormitório e mais de 100 brigadistas.
Desde dezembro, o Sistema Nacional de Manejo do Fogo (SNMF) está sob a responsabilidade do Ministério da Segurança Nacional, liderado por Patricia Bullrich. Também foi transferida a Direção Nacional de Manejo do Fogo e recentemente foi criada a Agência Federal de Emergências para coordenar as ações dos organismos envolvidos.
Bullrich afirmou a necessidade de “mais meios e menos estruturas”, referindo-se à unificação de 12 dependências que atuavam em situações de incêndios, inundações e outros desastres. No entanto, ainda não foram detalhados os fundos nem os recursos específicos da Agência Federal de Emergências.
Durante uma visita a El Bolsón, Bullrich responsabilizou a Resistência Ancestral Mapuche (RAM), declarada organização terrorista, por alguns dos focos de incêndio na Patagônia. “Vamos aplicar toda a força da lei”, assegurou.
Falta de uma estratégia preventiva e melhores condições para os brigadistas
Especialistas e organizações locais alertam que a fase mais crítica do verão ainda não começou, quando a seca e o estresse hídrico aumentam a propagação do fogo. Eles exigem um plano preventivo anual, com ações educativas e a limpeza de zonas de interface onde convivem casas e florestas.
Também reivindicam melhores condições de trabalho para os brigadistas, que denunciam situações de precariedade e falta de equipamento adequado. “Os incêndios são apagados principalmente com trabalho manual e apoio climático”, destacaram da Associação Argentina de Advogados Ambientalistas.
Como colaborar e enviar doações
A emergência gerou uma rápida resposta solidária por parte dos moradores da região. As autoridades lembram que as doações devem ser feitas através dos canais oficiais de cada província para garantir sua correta distribuição.
Foto da capa: Marcelo Martínez / Greenpeace
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