A mudança climática não só está intensificando os incêndios florestais nos Estados Unidos, mas também contribuindo para milhares de mortes a cada ano devido à exposição à fumaça.
De acordo com um novo estudo publicado na Nature Communications Earth & Environment, o aumento das temperaturas e a seca extrema levaram a 15.000 mortes relacionadas à poluição do ar entre 2006 e 2020, além de gerar custos econômicos superiores a 160.000 milhões de dólares.
O perigo da fumaça dos incêndios florestais
Os pesquisadores focaram no impacto da exposição ao PM2.5, partículas ultrafinas presentes na fumaça dos incêndios.
Essas partículas podem:
- Se alojar profundamente nos pulmões e causar doenças respiratórias.
- Afetar o sistema cardiovascular, aumentando a mortalidade.
- Causar problemas crônicos em crianças, grávidas e idosos.
O Instituto de Efeitos na Saúde estima que a poluição por PM2.5 causa 4 milhões de mortes em todo o mundo.
A ligação entre mudança climática e aumento de incêndios florestais
Estudos anteriores demonstraram que a mudança climática está agravando a crise de incêndios florestais na América do Norte.
O aquecimento global aumenta a seca, o que:
- Resseca a vegetação, transformando-a em combustível para incêndios.
- Aumenta as temperaturas, intensificando a propagação do fogo.
- Cria condições meteorológicas extremas, dificultando o controle dos incêndios.
Descobertas preocupantes sobre a mortalidade
O estudo analisou o impacto da mudança climática na extensão dos incêndios e na poluição gerada.
Concluiu-se que:
- 10% das mortes causadas por incêndios florestais nos EUA entre 2006 e 2020 foram atribuíveis à mudança climática.
- Os estados mais afetados incluem Oregon e Califórnia, onde as taxas de mortalidade foram até 50% mais altas do que em outros lugares.
- A exposição à fumaça e às partículas contaminantes continuará aumentando sem medidas urgentes.
Como mitigar essa crise?
Especialistas em meio ambiente e saúde pública recomendam:
- Reduzir as emissões de gases de efeito estufa para conter o aquecimento global.
- Implementar melhores estratégias de gestão florestal, como queimadas controladas e corta-fogos.
- Promover campanhas de saúde pública para alertar sobre os riscos da fumaça.
Sem medidas eficazes, a frequência e gravidade dos incêndios continuarão aumentando nas próximas décadas, com consequências cada vez mais letais para a população.
Foto de capa: AP Foto/Etienne Laurent