No início de dezembro, mais de 30 representantes de várias instituições públicas e privadas participaram do “Workshop Algarrobo Vivo”. Este evento foi realizado com o objetivo de projetar uma estratégia de desenvolvimento para uma economia sustentável no El Impenetrable, potencializando o valor do algarrobo e melhorando a qualidade de vida das comunidades locais.
Esta iniciativa surgiu da necessidade de encontrar soluções para as condições de extrema ruralidade, renda precária e falta de serviços básicos enfrentadas por cerca de 670 famílias crioulas que vivem perto do Parque Nacional El Impenetrable. Sua economia, baseada na criação de gado e extração de madeira de algarrobo, gera impactos ambientais negativos. No entanto, o potencial da região para aproveitar recursos não madeireiros, como a farinha de algarroba e outros produtos com valor agregado, abre oportunidades para desenvolver um modelo econômico sustentável.
Nesse sentido, a floresta do Chaco abriga espécies-chave como o algarrobo branco (Neltuma alba), que oferece múltiplos benefícios ecológicos e econômicos. Além de seu valor como alimento e forragem, seus frutos podem ser transformados em farinha nutritiva, um produto com potencial para diversificar a economia local e promover práticas sustentáveis.
O workshop contou com a participação de instituições nacionais, provinciais, ONGs e empresas privadas. Entre elas, Parques Nacionales, a Universidad Nacional del Nordeste, Fundación Rewilding Argentina e empresas como Zafrán e Molino Cerrillos. Essa sinergia destacou o valor de combinar tecnologia e soluções baseadas na natureza para impulsionar o desenvolvimento regional.
![Los productos el monte podrían ser útiles para impulsar la economía sostenible. Foto: Wikipedia.](https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2024/12/El-Impenetrrable-300×225.jpg)
## Um esforço coletivo em direção a uma economia sustentável
Frente às situações enfrentadas por essas famílias, o grupo de instituições decidiu realizar o “Workshop Algarrobo Vivo” na Escola Oficina de Turismo de Natureza, próxima ao parque nacional, e foi estruturado em dois dias. O primeiro foi dedicado a mesas temáticas sobre produção, comercialização, proteção do algarrobo e turismo vinculado à gastronomia.
Por outro lado, o segundo dia incluiu visitas a comunidades locais para observar o processo de coleta de algarrobas e explorar as dificuldades e oportunidades no terreno. Também foi visitado o Parque Nacional, reforçando a ligação entre conservação e desenvolvimento comunitário. A gastronomia local teve um papel importante graças às “Cozinheiras do Impenetrable”, que mostraram o potencial culinário dos frutos do monte.
Este workshop marcou um passo significativo rumo à construção de uma economia sustentável que integre conservação ambiental, desenvolvimento comunitário e aproveitamento da biodiversidade. Os resultados do encontro serão registrados em um livro que servirá como guia estratégico para a proteção do algarrobo no norte do país.
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