Com o passar dos anos e as consequências à vista, ficou demonstrado que o ser humano é “letal” para o restante das espécies do planeta.
Durante séculos, interagiu com o meio ambiente e a biodiversidade para satisfazer as necessidades, desde a obtenção de alimentos e energia até a construção de infraestruturas e o desenvolvimento de tecnologias.
No entanto, o ritmo acelerado de crescimento econômico e industrial nas últimas décadas transformou profundamente essa relação.
Por que o ser humano é “letal” para as outras espécies
Assim, passou-se de uma coexistência relativamente equilibrada para uma exploração desmedida dos recursos naturais.
Como a ação humana influenciou.
A expansão urbana, o uso intensivo de combustíveis fósseis e a industrialização provocaram mudanças sem precedentes nos ecossistemas e no clima da Terra.
O que antes se considerava recursos inesgotáveis, como as florestas, os oceanos e a biodiversidade, agora estão em perigo devido às ações humanas.
Inclusive, essas transformações não afetam apenas a fauna e a flora, mas também repercutem diretamente na própria vida humana, colocando em risco a saúde, a segurança alimentar e a disponibilidade de recursos vitais como a água e o ar limpo.
Diante dessa realidade, compreender o impacto das atividades sobre a natureza é mais crucial do que nunca.
O humano: espécie predadora?
Diante desse problema, surgiu uma nova forma de medir o impacto da atividade humana. O conceito dark diversity, que pode ser traduzido como diversidade escura ou ausente.
É assim que se conhece a identificação das espécies potenciais que poderiam viver em um determinado local, mas que estão ausentes.
O estudo mais abrangente até o momento sobre o tema foi publicado na revista Nature. O estudo analisou registros de vegetação de 5500 locais de 119 regiões em todo o mundo e evidenciou um impacto das atividades humanas na vegetação natural.
Isso não teria sido detectado com métodos tradicionais. Os resultados mostram que, em regiões com pouco impacto humano, os ecossistemas contêm mais de um terço das espécies potencialmente adequadas, enquanto outras espécies permanecem ausentes por razões naturais, como uma dispersão limitada.
Em contrapartida, em regiões muito afetadas pelas atividades humanas, os ecossistemas contêm apenas uma em cada cinco espécies potenciais.
As medições tradicionais da biodiversidade, como a contagem do número de espécies registradas, não detectavam esse impacto. Isso porque a variação natural da biodiversidade entre regiões e ecossistemas ocultava o verdadeiro alcance das atividades da espécie humana, segundo os pesquisadores.
A letalidade da ação humana.
Os dados obtidos são fruto do trabalho realizado em nível mundial, coordenado pela Universidade de Tartu através da rede colaborativa internacional DarkDivNet.
Com a participação de mais de 200 pesquisadores, o estudo analisou plantas em mais de 5000 locais de uma centena de regiões de todo o mundo.
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