Povos indígenas na COP30: a aliança entre América Latina e Oceania

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Este ano, a presença de povos indígenas na COP30, que acontecerá no Brasil, será fortemente sentida.

É isso que eles pretendem e desde já, mesmo separados por milhares de quilômetros, buscam unir forças e concretizar alianças. Nesta semana, líderes da Oceania e da América Latina selaram uma aliança inesperada.

Povos indígenas na COP30: a aliança

Separados por mais de 11.000 quilômetros do oceano Pacífico, indígenas latino-americanos e oceânicos selaram esta semana no Brasil uma inesperada aliança em preparação para a COP30. O encontro será em novembro e eles já estão se preparando.

Delegações da Austrália, Fiji, Papua-Nova Guiné, Samoa e Samoa Americana viajaram para Brasília para participar do Acampamento Terra Livre, o maior encontro indígena anual do Brasil. Lá chegam habitualmente representantes de toda a América.

Representantes de povos indígenas da Oceania chegaram ao Brasil esta semana. (Foto: 350.org). Representantes de povos indígenas da Oceania chegaram ao Brasil esta semana. (Foto: 350.org).

Este ano, o encontro ganhou uma relevância especial devido à COP30, que será realizada em novembro no mesmo país.

Preocupados com o aquecimento global do qual são especialmente vítimas, indígenas de outras partes do mundo se juntaram a este acampamento com o objetivo de unir forças.

“Saí de casa na sexta-feira e cheguei aqui no domingo. Foi uma viagem longa, muito cansativa”, expressou à AFP Nacewa, um líder do povo iTaukei de Fiji.

Fez três conexões aéreas para participar do acampamento e se juntar aos outros 8000 indígenas vindos do extremo sul do Brasil até o Canadá, segundo os organizadores.

Unidos politicamente

Pedem ter o mesmo peso que os chefes de Estado nas negociações da COP30 da ONU, que acontecerá entre 10 e 21 de novembro na cidade amazônica de Belém.

As terras indígenas são consideradas pelos especialistas como um baluarte essencial contra o aquecimento global por sua proteção das florestas e dos recursos naturais.

Para Nacewa, o encontro em Brasília tem semelhanças com o Festival de Artes do Pacífico, com uma diferença. “Aqui estão mais politicamente alinhados e em pé de luta. Em nossa terra, nos reunimos mais para mostrar nossas culturas e valores”, expressou.

O advogado Dinaman Tuxá, coordenador da APIB, a maior organização de povos originários do Brasil, destacou à mesma mídia a importância de trabalhar em conjunto com os povos da Oceania.

Além disso, em 2026, poderá sediar a COP31, pois Austrália e um grupo de ilhas do Pacífico submeteram sua candidatura. Queremos “continuidade na construção de questões ambientais” entre a COP30 e a COP31.

Um dos principais pontos de acordo é a oposição à exploração de combustíveis fósseis, a principal causa do aquecimento global e cujo princípio para um abandono progressivo foi adotado na COP28.

mulheres indígenas A centralidade dos povos indígenas na agenda climática.

O contundente pedido dos líderes

“Exigimos que os líderes das comunidades indígenas e locais tenham o mesmo peso e poder que os chefes de Estado nas negociações da COP30, com a mesma legitimidade, poder de decisão e respeito que as representações dos países”, afirmou a chefe indígena brasileira Alana Manchineri esta semana.

Foi em uma declaração conjunta dos povos presentes. Também demandaram “financiamento direto” para preservar a natureza e “compensação pelo dano” que sofrem.

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