À medida que avança o projeto Vaca Muerta Oil Sur em Rio Negro, surge uma nova preocupação pelos impactos ambientais do projeto South Energy para instalar uma unidade flutuante de liquefação de gás (FLNG) a uma distância de 4 a 6 quilômetros da costa.
Este projeto inclui uma cabeça de gasoduto e um sistema de transporte terrestre e submarino para transportar gás natural para a unidade flutuante, que produzirá GNL para exportação.
Impactos ambientais dos projetos no Golfo San Matías
O Projeto Vaca Muerta Oil Sur instalará duas monoboias para carregar petróleo em embarcações exportadoras, enquanto o Projeto FGNL instalará um navio para a liquefação do gás.
Ambos os projetos terão um grande impacto no Golfo San Matías, uma das principais áreas de criação e reprodução da baleia-franca-austral e lar de diversas espécies dentro da ecorregião marinha Grande Ecossistema Marinho da Plataforma Patagônica.
Desde 1999, o Golfo San Matías estava protegido da contaminação por hidrocarbonetos pela Lei nº 3308. Essa proteção foi revogada pela legislatura de Rio Negro e substituída pela Lei nº 5594, permitindo múltiplos projetos de infraestrutura para a exportação de hidrocarbonetos.
Audiência pública excluyente
Em 6 de dezembro, a Província de Rio Negro organizou uma audiência pública para avaliar o estudo de impacto ambiental do projeto liderado pela South America Energy S.A.
A audiência foi presencial e apenas para residentes de Rio Negro, excluindo setores-chave da sociedade que podem ser afetados por esses megaprojetos e que representam vozes fundamentais na defesa da biodiversidade do Golfo San Matías.
Principais impactos negativos
- Alteração de habitats: Ressuspensão de sedimentos que deteriora a qualidade da água.
- Contaminação acústica: Estresse crônico na fauna marinha e interrupção de deslocamentos e padrões migratórios.
- Contaminação luminosa: Afeta ritmos circadianos e comportamentos migratórios.
- Maior risco de colisões: Aumento do tráfego marítimo.
- Contaminação por hidrocarbonetos: Toxicidade, danos orgânicos e mortalidade, afetando aves, lobos-marinhos e baleias filtradoras.
O processo de liquefação do gás aumentará a temperatura da água do mar, afetando ecossistemas inteiros, modificando o ciclo de vida de muitas espécies, eliminando organismos essenciais e contribuindo para a proliferação de florações algais nocivas que afetam a saúde humana e de muitas espécies selvagens.
Proteger o Golfo San Matías
Permitir esses megaprojetos transformaria o Golfo San Matías de uma área natural de proteção e reprodução em um porto de alta intensidade de tráfego de navios de grande porte para o carregamento e transporte de hidrocarbonetos. Proteger o golfo é essencial para conservar um ecossistema vital que abriga espécies-chave para o equilíbrio da biodiversidade marinha.
Cada ação conta para garantir que as gerações futuras possam desfrutar de um oceano saudável e funcional, onde a natureza e as comunidades coexistam em harmonia, priorizando a vida acima de interesses de curto prazo.
Fonte: https://ballenas.org.ar/
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