No âmbito do Dia Internacional do Meio Ambiente, na próxima quarta-feira, 5 de junho, será realizado um evento público no Congresso da Nação Argentina para destacar a urgente necessidade de o país incorporar o crime de ecocídio em sua legislação penal.
Durante o evento, será feita a entrega oficial à Deputada Nacional Margarita Stolbizer das assinaturas coletadas por meio da petição “Argentina precisa de uma Lei de Ecocídio: Que a destruição ambiental seja um crime!”, apoiada por milhares de pessoas em todo o país.
Em 6 de março passado, a Deputada Nacional Margarita Stolbizer apresentou um Projeto de Declaração à Câmara dos Deputados pedindo a inclusão do crime de ecocídio no Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. O Estatuto de Roma é o documento que rege a CPI e inclui atualmente a tipificação de 4 crimes: genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crime de agressão.
Rumo a um quadro legal contra o ecocídio
A Argentina sediará um diálogo internacional que abordará o desenvolvimento do quadro normativo nacional a partir de experiências concretas em países onde o ecocídio já é lei.
Estará presente Patricia Willocq, diretora da Stop Ecocidio em países francófonos, que participou do processo legislativo que levou a Bélgica a incorporar esta figura penal essencial.
O encontro, intitulado “Crimes Ambientais e Ecocídio: Encontro Internacional Rumo à Lei na Argentina”, será realizado a partir das 15:00 no Salão Auditorio da Honorable Câmara de Deputados da Nação (HCDN). Contará com a participação de representantes internacionais como Jojo Mehta, cofundadora da Stop Ecocidio; legisladores da Colômbia e Peru, e especialistas jurídicos da América Latina.
A agenda inclui painéis sobre experiências internacionais, análise de projetos legislativos locais e uma homenagem ao Papa Francisco por seu compromisso ambiental por meio do Movimento Laudato Si’.
Durante o evento também será feita a entrega simbólica de todas as mais de 47 mil assinaturas coletadas em change.org/LeyEcocidio em apoio à Justiça Ambiental se tornar lei em nosso país.
Um passo histórico rumo à justiça ambiental
O evento contará com a presença de organizações ambientais, acadêmicos, especialistas em direito penal ambiental e defensores do meio ambiente.
Também será apresentado o anteprojeto de lei elaborado pelo Dr. Miguel Ángel Asturias, diretor da Associação de Pesquisadores em Direito Penal Ambiental e Climático (AIDPAC), que adapta a definição internacional de ecocídio ao quadro jurídico argentino.
A Argentina tem hoje a oportunidade de dar um passo histórico em direção à proteção ambiental, juntando-se a países como Brasil e Chile, que já avançam com projetos legislativos para penalizar o ecocídio. A população falou claramente: a destruição ambiental deve ser considerada um crime.