A empresa global de produtos do mar **Mowi** anunciou uma recompensa para os pescadores que capturarem **salmões** após a **fuga de quase 27.000** exemplares de uma piscicultura ao largo das **costas norueguesas**. A notícia chega após [conhecer-se o falho por uma situação similar em Chile](https://noticiasambientales.com/medio-ambiente/confirman-sancion-millonaria-a-una-empresa-por-escape-de-salmones-en-2018/).
Os ecologistas classificaram este incidente como um **”desastre para o salmão selvagem”**.
**Mowi**, com sede na Noruega, é o maior **produtor mundial de salmão de piscicultura**. A empresa informou que um quarto de um total de 105.000 salmones escapou de suas instalações na região de Troms.
Em resposta à fuga, anunciou uma recompensa de 500 coroas (42 euros) por cada salmão capturado e classificou a situação como **”grave e muito triste”**.
A Direção-Geral de Pesca norueguesa comunicou que a empresa relatou danos no **anel exterior do tanque-rede** durante a tempestade de domingo na planta Storvika V, no município de Dyroy, Troms. Foi declarado que o peso médio dos peixes fugitivos era de 5,5 quilogramas.
As autoridades norueguesas inspecionaram as instalações na segunda-feira, exigindo que a empresa ampliasse seus esforços para **recapturar os peixes**.
“Normalmente, os piscicultores só podem realizar operações de recaptura a menos de 500 metros da instalação. No entanto, dada a escala potencial deste incidente, foi permitido à Mowi trabalhar além dessa fronteira”, indicaram.
## Impacto ambiental e consequências da fuga de salmões na Noruega
Os salmões fugitivos [geram sérios problemas ambientais](https://noticiasambientales.com/animales/aparecieron-salmones-en-el-rio-parana-que-impacto-tienen-en-el-rio/). Segundo ativistas, isso reduz a diversidade genética do salmão selvagem, aumenta as infecções por piolhos do mar e intensifica a competição pelas áreas de reprodução.
Na Noruega, que exporta 1,2 milhões de toneladas de **salmão de piscicultura** por ano, a população de salmão selvagem atingiu mínimos históricos no verão passado devido a esse problema, e **a pesca de salmão em 33 rios foi proibida**. Neste verão, foi proposto o fechamento de 42 rios e três fiordes (baías formadas por vales glaciares).
“Os 27.000 salmões de piscicultura ilegais são um desastre para o salmão selvagem”, declarou Pål Mugaas, porta-voz de Norwegian Salmon Rivers. “Está cientificamente comprovado que o cruzamento de populações selvagens com salmões de piscicultura produz descendentes com baixa sobrevivência a longo prazo na natureza”, acrescentou.
## O salmão de piscicultura é ilegal?
O Comitê Norueguês de Aconselhamento Científico para o Salmão do Atlântico classificou o salmão de piscicultura ilegal como **uma das maiores ameaças ao salmão selvagem**. Estima-se que dois terços das populações de salmão do Atlântico selvagem da Noruega **tenham interações genéticas** com o salmão de piscicultura ilegal.
O ministro norueguês do Meio Ambiente, Andreas Bjelland Eriksen, rejeitou proibir as pisciculturas de salmão com redes abertas, apesar de reconhecer no mês passado que o salmão selvagem do **Atlântico Norte** está sob “ameaça existencial”.
Eriksen afirmou que, em vez disso, buscarão um **”nível aceitável de contaminação”** para a população de salmão selvagem. “Isso é muito triste e uma situação que não deveria ter ocorrido”, declarou ao jornal ‘VG’ o porta-voz de Mowi, Ola Helge Hjetland.
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