Pela primeira vez em San Luis, a Justiça impôs uma sentença de cumprimento efetivo por incêndios florestais.
Em uma decisão sem precedentes, o Poder Judiciário provincial impôs uma pena contra Jonathan Meinrad Falco Torres de cinco anos de prisão efetiva por ter provocado de forma intencional o fogo no local Balcarce, perto da localidade de Cortaderas.
Sentença histórica em San Luis por incêndios florestais
A sentença foi proferida por unanimidade pelos juízes Daniel Sanchiño (presidente), Sandra Piguillem e María y María Claudia Uccello, do Ministério Público Fiscal.
Em representação do Ministério Público Fiscal atuou Mario Zudaire, enquanto a defesa foi exercida pelo advogado Francisco Pérez.
O fato: o que aconteceu
Os incêndios pelos quais o acusado foi condenado ocorreram em 3 e 18 de setembro de 2024, em áreas rurais de Cortaderas.
O segundo dos mencionados teve consequências devastadoras: destruiu mais de 3000 hectares, afetando residências, bens pessoais, além de causar danos irreversíveis à floresta, sua fauna e flora.
Durante o julgamento, conforme relatado pelo meio de comunicação vm24noticias, o promotor Zudaire apresentou depoimentos de moradores e testemunhas. Todos apontaram Falco Torres como presente no local dos fatos e o relacionaram diretamente com as chamas.
As perícias técnicas também reforçaram a hipótese de uma origem intencional, especialmente no segundo sinistro, que foi favorecido pelas condições climáticas.

O que disse a defesa
Por sua vez, a defesa oficial questionou a validade das perícias, alegando que não foram realizadas por pessoal especializado em investigação de incêndios.
Por isso, colocou em dúvida a veracidade dos depoimentos. Além disso, denunciou que existiram conversas em grupos de WhatsApp onde supostamente teria sido tentado chegar a um acordo para incriminar o acusado.
Em sua declaração final, Falco Torres sustentou sua inocência. “Fui acusado por ser pobre. Tinham que culpar alguém, e me tocou a mim”, argumentou perante o tribunal.
A sentença histórica
No entanto, após a investigação e a coleta de provas, o tribunal considerou Falco Torres culpado de incêndio doloso “em concurso real” por dois fatos.
A pena de cinco anos de prisão efetiva representa uma sentença inédita na província, e estabelece jurisprudência na luta contra os crimes ambientais.