Um time internacional de 32 cientistas identificou as **15 questões ambientais** que afetarão a conservação da **biodiversidade do planeta** a curto prazo. Sete delas representam ameaças concretas na Argentina.
A pesquisadora do Conicet, **Irene Schloss**, foi a única argentina que participou deste ambicioso estudo que examinou questões emergentes capazes de transformar os **ecossistemas** e a **biodiversidade** em escala global.
Os resultados desta pesquisa, publicada como um **artigo científico em Trends in Ecology & Evolution**, buscam antecipar desafios ambientais para poder desenvolver soluções a tempo.
“O estudo se torna um alerta precoce que pode guiar a pesquisa, a formulação de políticas públicas e a ação concreta em diferentes áreas”, afirmou Schloss à agência CyTA-Leloir.

## Amenazas ambientales en corto plazo
Com base nesta análise global, a cientista precisou quais são as sete situações emergentes que, se medidas forem tomadas, comprometeriam seriamente a biodiversidade do território argentino.
**Efeitos combinados da qualidade e quantidade de água.**
Uma situação que já pode ser observada no rio Paraná, ou na **disponibilidade hídrica** no Noroeste ou em Cuyo. Schloss, em conversa com a CyTA, disse que este problema pode comprometer a **segurança alimentar**, a saúde e o equilíbrio ambiental do país. Por isso, ela considera que é necessário restaurar “corpos d’água que já estão degradados, em um contexto de gestão integrada de bacias”.
**Hielo marino en la Antártida**
Nos últimos anos, o gelo marinho na Antártida atingiu mínimos históricos. A cientista indica que esse recuo afeta o ecossistema do Atlântico Sul e espécies como o krill, focas e baleias. Também pode acelerar o **degelo de geleiras** terrestres e contribuir para o aumento do nível do mar, “com consequências para as zonas costeiras do país”.
**Contaminação por PFAS e técnicas emergentes de remediação**
Os PFAS são substâncias artificiais usadas em produtos domésticos e industriais, que foram detectadas em fontes de água de centros urbanos. Representam um risco para a saúde humana e a biodiversidade, pois podem se acumular no corpo. “Devem ser estabelecidos **limites de concentração** e promovidas tecnologias de remediação em locais críticos para evitar problemas de saúde”, disse Schloss.
**Impactos antropogênicos em reservatórios de carbono de leito marinho**
Atividades como a pesca de arrasto, a **exploração de petróleo** ou a mineração submarina podem causar a liberação de carbono que aumenta o efeito estufa. Isso levaria à destruição de habitats no fundo do Mar argentino. A pesquisadora ressalta a necessidade de estabelecer **áreas naturais protegidas eficazes**, regular as práticas extrativistas e promover a pesquisa científica.

## Amenazas en mediano plazo
**Macroalgas como fonte de terras raras**
As costas patagônicas abrigam populações abundantes de macroalgas que podem acumular em seus tecidos elementos químicos ou “**terras raras**”, essenciais para o desenvolvimento biotecnológico. Schloss adverte que antes de uma exploração em massa, é necessário garantir que as funções desses ecossistemas, como a **captura de carbono** e o habitat para a biodiversidade marinha, não sejam comprometidas.
**Genética sintética direcionada em plantas**
Dado que a Argentina é um **país agroexportador**, a cientista considera que a implementação desregulada de **engenharia genética** em espécies vegetais (para melhorar a resistência a pragas ou doenças) poderia causar desequilíbrios ecológicos. “Poderia afetar tanto as culturas comerciais quanto a biodiversidade local. É crucial estabelecer marcos regulatórios rigorosos”, indicou.
**Imitação de tricomas como alternativa a pesticidas**
A busca por recriar artificialmente os tricomas, pequenas estruturas que cobrem as plantas e atuam como **repelentes naturais**, poderia ter consequências negativas para o ambiente. Schloss ressalta que antes de implementá-los, é necessário estudar seu impacto nos ecossistemas e a eficácia que podem ter em grande escala.