Uma pesquisa científica revelou o primeiro registro histórico de contaminação por plásticos no leito marinho da Groenlândia, especificamente na baía de Disko.
Os dados, publicados na revista Communications Earth & Environment, mostram um aumento progressivo na acumulação de microplásticos desde a década de 1950, vinculado ao desenvolvimento socioeconômico local.
Metodologia da pesquisa
- Os pesquisadores perfuraram o fundo do mar a 850 metros de profundidade, extraindo núcleos sedimentares datados por radionuclídeos.
- Através da análise química dos microplásticos, correlacionaram sua composição com uma biblioteca de plásticos conhecidos, construindo um registro histórico de contaminação.
Impactos do desenvolvimento socioeconômico
O estudo encontrou uma relação entre os projetos de construção e eventos socioeconômicos na Groenlândia e os aumentos de plásticos no leito marinho.
Segundo a Dra. Karla Parga Martínez, essas informações podem ajudar a reavaliar as fontes de contaminação plástica e melhorar as estratégias de mitigação.
Evidência do Antropoceno
A acumulação de plásticos em áreas remotas como a Groenlândia reforça o debate sobre o chamado “Antropoceno”, termo que descreve como as atividades humanas deixaram uma marca geológica no planeta. Embora ainda não seja reconhecido oficialmente como período geológico, essa descoberta fornece evidências tangíveis para essa discussão.
Essa pesquisa destaca a necessidade de abordar a contaminação por plásticos como um problema global, destacando seu alcance até mesmo nos ecossistemas mais remotos.
Microplásticos na Antártida
Na outra ponta do planeta, o problema de contaminação por plásticos é igualmente preocupante, conforme um estudo publicado na revista Science of the Total Environment.
O estudo utilizou uma técnica inovadora para detectar microplásticos tão pequenos quanto 11 micrômetros (aproximadamente o tamanho de um glóbulo vermelho) na neve da Antártida. As descobertas surpreenderam a equipe, já que foram encontrados microplásticos em concentrações que variavam entre 73 e 3099 partículas por litro de neve.
Nos três locais onde os pesquisadores coletaram amostras de neve, identificaram tipos comuns de plástico como poliamida (usada em têxteis), tereftalato de polietileno (presente em garrafas e embalagens), polietileno e borracha sintética.
Foto da capa: Weekend
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