Um levantamento realizado no final do ano passado confirmou dados importantes sobre o lixo costeiro na província de Buenos Aires. O Censo Provincial de Lixo Costeiro Marinho, organizado pela Rede Costeira Bonaerense (RECOBO), expôs que quase 75% dos resíduos são plásticos.
Foram contabilizados mais de 49.000 resíduos em uma vintena de localidades turísticas da região.
Realizado durante setembro e outubro de 2024, cobriu um total de 297.636 metros quadrados de praias, o que equivale a quase 30 hectares.
### Censo de lixo costeiro: os detalhes alarmantes do plástico
A rede RECOBO é composta por diferentes organizações das principais cidades costeiras e pontos turísticos da Província de Buenos Aires, em coordenação com 426 voluntários.
Esta sétima edição contou com a colaboração de 45 organizações do terceiro setor e governamentais.
Os resultados compilados registraram um total de 49.913 resíduos censados, dos quais 74,05% eram plásticos.
Trata-se de um número quase idêntico ao dos dados do censo anterior. Em 2023, a iniciativa não pôde ser realizada devido ao surto de gripe aviária que afetou diferentes espécies da fauna marinha.
### Os contaminantes
Dentro do item “plásticos”, o contaminante mais encontrado foram envoltórios, que representaram 14,17% do total. Esses materiais de uso único, como o celofane ou o nylon, projetados para proteger ou conter produtos por um curto período, são descartados rapidamente e geralmente acabam nos ecossistemas terrestres e marinhos.
Após os envoltórios plásticos, os contaminantes mais encontrados foram:
– Colillas de cigarro (13,34%),
– Fragmentos plásticos (11,87%),
– Sacolas plásticas (8,38%),
– Fragmentos de vidro (7,55%).
É nesse contexto que os Censos de Lixo Costeiro Marinho registram a situação nas praias bonaerenses, identificando o tipo e a quantidade de resíduos que afetam as costas, buscando soluções coletivas em nível local e nacional.
### O propósito do censo
“Conhecer a composição do lixo marinho nos permite identificar como melhorar nossos hábitos de consumo, avaliar as realidades locais e estabelecer que tipo de regulamentações são necessárias, com o objetivo de frear e reverter a poluição por plástico”, explicaram da Fundação Mundo Marino.
“96% das tartarugas-verdes marinhas vivas que entram em nosso centro de resgate apresentam diferentes tipos de resíduos plásticos em seu sistema digestivo”, detalharam.
“Infelizmente, elas confundem seu alimento com contaminantes mal geridos de origem antropogênica”, acrescentaram.
“Embora os plásticos que chegam ao mar possam ter diferentes fontes, é importante, especialmente nesta temporada de verão, que sejamos muito responsáveis com os resíduos que geramos nas praias”, destacou Karina Álvarez, responsável pela Conservação da Fundação Mundo Marino.
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