Em 2017, a Noruega estabeleceu um objetivo ambicioso: até 2025, 100% das vendas de veículos seriam elétricos ou de zero emissões. À medida que o prazo se aproxima, o país nórdico está cada vez mais perto de atingir essa meta, demonstrando um liderança global em mobilidade sustentável.
Enquanto isso, na Espanha, a situação era muito diferente naquela época. Em 2017, os carros elétricos eram praticamente inexistentes e eram agrupados nas estatísticas juntamente com os híbridos. Naquele ano, apenas 5,1% dos carros vendidos no país eram eletrificados de alguma forma, enquanto o mercado automotivo se surpreendia com o aumento da gasolina sobre o diesel, uma tendência que persiste até hoje.
Noruega não apenas lidera em vendas de veículos elétricos, mas também se tornou o primeiro país do mundo onde os carros elétricos ultrapassam em número os carros a gasolina em sua frota automotiva. Em novembro de 2024, os números da Associação Norueguesa de Transporte por Estrada (OFV) confirmaram este marco: dos 2,8 milhões de carros registrados no país, 754.303 eram elétricos, em comparação com os 753.905 a gasolina.
Isso significa que o mercado de veículos elétricos na Noruega cresceu de forma espetacular. Em 2024, 88,9% dos carros novos vendidos eram elétricos, superando os 82,4% registrados em 2023. Além disso, em meses chave como novembro, essa cifra alcançou 93,6%. No total, o país vendeu 128.691 veículos, dos quais 114.400 foram elétricos.
Chaves do sucesso norueguês
O sucesso da Noruega não é por acaso, mas sim o resultado de políticas públicas constantes e bem projetadas:
- Incentivos fiscais: Os carros elétricos estão isentos do imposto de importação e do IVA (25%), exceto para veículos que ultrapassem as 500.000 coroas norueguesas (cerca de 43.000 euros), tornando sua compra mais acessível.
- Desincentivos aos combustíveis fósseis: Os impostos sobre carros a gasolina e diesel são calculados com base em seu peso e emissões de CO2, encarecendo sua aquisição.
- Infraestrutura avançada: O país possui uma extensa e eficiente rede de carregamento elétrico, facilitando o uso diário desses veículos.
Apesar dos ajustes recentes, como a reintrodução do IVA para os carros elétricos de luxo, o mercado manteve sua força. Dessa forma, a Noruega demonstrou que, com políticas consistentes e sustentáveis, é possível transformar um setor tão complexo como o automotivo.
Contraste com o resto da Europa
Em comparação com outros países europeus, os incentivos da Noruega são menores, mas sua consistência ao longo do tempo e sua abordagem persuasiva foram determinantes. A economia de custos graças aos incentivos, aliada à crescente consciência ambiental, convenceu a maioria dos cidadãos a optar pela mobilidade elétrica.
Enquanto outros países ainda debatem como acelerar a transição para o carro elétrico, a Noruega continua liderando o caminho. Seu exemplo deixa claro que, com um planejamento adequado, os objetivos mais ambiciosos são alcançáveis, e que a mobilidade sustentável pode se tornar uma realidade tangível.
China lidera as vendas de veículos elétricos e híbridos
As vendas de veículos híbridos e elétricos na China tiveram um aumento superior a 40% no ano passado, conforme relatado nesta quinta-feira por uma federação do setor, destacando o crescimento sustentado de uma indústria apoiada pelo governo.
Entre janeiro e dezembro de 2024, as vendas no varejo de veículos impulsionados por energias alternativas atingiram 10,899 milhões de unidades, representando um aumento anual de 40,7%, de acordo com dados da Associação de Automóveis de Passageiros da China (CPCA, em inglês). Nesse sentido, o mercado chinês de veículos elétricos registrou nos últimos anos um crescimento notável, impulsionado em grande parte pelo apoio governamental por meio de subsídios e políticas favoráveis.
De fato, no ano passado, os veículos movidos por energias alternativas representaram quase metade das vendas totais no varejo, atingindo 47,6%, segundo a CPCA. Apenas no mês de dezembro de 2024, mais de 1,3 milhões de veículos desse tipo foram comercializados, um aumento anual de 37,5%. Além disso, foi o quinto mês consecutivo em que as vendas desses veículos superaram a marca de um milhão de unidades.
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