Nos últimos grandes grupos editoriais como Penguin Random House, Hachette e HarperCollins, estão adotando práticas ambientais para transformar seu modelo de produção e distribuição para minimizar seu impacto ambiental.
Não é novidade que diversas indústrias têm tornado públicos seus compromissos para reduzir sua pegada de carbono e alcançar a neutralidade de emissões até 2030.
Dado que a maior parte das emissões do setor provêm de sua cadeia de suprimentos (incluindo papel, impressão e transporte), muitas editoras também estão exigindo de seus fornecedores a implementação de novas práticas ambientais responsáveis.
“Grande parte da pegada de carbono do setor vem da produção de papel. Mas também influenciam o consumo energético de gráficas, escritórios e centros de distribuição, bem como as emissões derivadas do transporte”, explica Federico Falcón, diretor executivo da The Carbon Sink, consultoria especializada em gestão corporativa de carbono.
Práticas e estratégias da indústria editorial para ser mais sustentável
Para enfrentar esses desafios, as editoras estão implementando algumas estratégias. Entre elas o uso de papel certificado e reciclado, a otimização da logística e o investimento em energias renováveis.
Outro fator chave é a redução do desperdício por meio da impressão sob demanda. Este é um modelo que já é implementado por empresas como HP, Ingram e Amazon, para minimizar o volume de devoluções e assim reduzir a pegada de transporte.
Na América Latina, a transformação rumo a uma indústria editorial mais sustentável também está em andamento. The Carbon Sink recentemente acompanhou diversas editoras na medição de sua pegada de carbono para compreender seu impacto e explorar estratégias de redução e compensação.
Laleliloluz, editora de educação infantil, decidiu medir sua pegada de carbono anual para identificar suas principais fontes de emissão e estabelecer uma estratégia de redução eficaz.
Assim também fez o autor Carlos Beco para seu livro De vilões a heróis, que, juntamente com a The Carbon Sink, mediu não apenas as emissões provenientes da impressão, mas também as atividades prévias, como as viagens de pesquisa e o consumo energético em sua produção. A pegada gerada foi compensada por meio do projeto de conservação florestal “Corredor de los Cedros” em las Yungas de Jujuy, Argentina.
É tentador pensar que consumir audiolivros poderia erradicar o impacto ambiental do setor, mas o papel não é a única fonte de emissões.
Reading U, editora especializada na produção de audiolivros, também decidiu medir e compensar seu impacto ambiental. Junto com a The Carbon Sink, realizou uma análise abrangente de suas emissões em 2024, considerando cada fonte de consumo, desde a eletricidade em seus estúdios de gravação até a transferência de dados em plataformas digitais.
Após conhecer seus resultados, optou por compensar seu impacto por meio do projeto REDD+ Castañeros Perú, uma iniciativa de conservação florestal na Amazônia peruana.
Como reduzir a pegada de carbono no setor editorial?
A transformação da indústria requer uma abordagem abrangente. The Carbon Sink recomenda cinco ações-chave para diminuir e mitigar o impacto ambiental:
- Uso de papel certificado e reciclado: priorizar fornecedores que atendam a padrões ambientais como FSC ou PEFC.
- Otimização logística: reduzir emissões por meio de rotas eficientes e transporte sustentável.
- Energias renováveis em escritórios e gráficas: diminuir o consumo de combustíveis fósseis.
- Impressão sob demanda: minimizar o desperdício e a superprodução.
- Compensação de emissões: investir em projetos de captura de carbono certificados.
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