Brasil e mais de 20 países africanos concluíram a segunda edição do diálogo internacional sobre segurança alimentar, consolidando acordos-chave para combater a fome, fortalecer a agricultura familiar e promover o desenvolvimento rural sustentável.
Durante cinco dias de sessões, as delegações reconheceram avanços desde 2010, mas alertaram sobre a persistência de desigualdades estruturais, agravadas por:
- Mudanças climáticas e perda de biodiversidade.
- Inflação em produtos básicos e crises sanitárias.
- Conflitos armados e cortes no financiamento ao desenvolvimento.
Transformação dos sistemas alimentares
As representações reafirmaram a necessidade de redefinir os sistemas alimentares com base no direito humano à alimentação adequada, priorizando:
- Produção local e sustentável.
- Inclusão social e acesso equitativo aos alimentos.
- Apoio a pequenos produtores e agricultores familiares.
Agricultura sustentável e familiar como motor da soberania alimentar
O encontro destacou o papel essencial da agricultura familiar, enfatizando seu impacto na:
- Geração de emprego rural.
- Preservação da biodiversidade.
- Resiliência diante de perturbações climáticas.
Também foram reconhecidos programas-chave como:
- Alimentação escolar e compra pública de alimentos.
- Políticas de apoio a pequenos agricultores.
Compromissos globais e cooperação estratégica
As delegações celebraram a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, impulsionada pelo Brasil no G20, e instaram mais países e instituições a se unirem.
Além disso, ratificaram seu apoio à Década da Agricultura Familiar da ONU (2019–2028) como plataforma para mobilizar recursos e apoio a planos de desenvolvimento rural.
Pesca sustentável e financiamento climático
O encontro destacou a pesca e aquicultura sustentáveis como essenciais para:
- Segurança alimentar e diversificação econômica.
- Restauração de ecossistemas, em linha com a Estratégia de Economia Azul da União Africana.
Foi solicitado maior acesso ao financiamento climático para agricultores familiares, mulheres, jovens e comunidades marginalizadas.
Inovação e cooperação científica
Como parte da agenda, foram promovidos:
- Bolsas para pesquisadores africanos no Brasil.
- O fortalecimento de uma rede de inovação agropecuária.
Os participantes agradeceram ao Governo brasileiro por organizar o evento e reafirmaram sua disposição de transformar os acordos em iniciativas reais que beneficiem o bem-estar e desenvolvimento inclusivo das comunidades.
Foto de capa: agência Brasil